quarta-feira, março 27

População reprova serviço de transporte alternativo

   
Ao circular cotidianamente pela nossa cidade, utilizando as vans e ônibus  de nosso município, acabamos motivados a realizar, a partir do Jornal Folha Popular uma análise participativa, interagindo com moradores através das redes sociais e entrevistas presenciais, avaliando o que pensa a nossa população sobre o sistema de transporte, intitulado de complementar ou alternativo de Lauro de Freitas.

   Inicialmente precisamos desmistificar essa denominação, pois, para algum sistema ser complementar e/ou alternativo, seria necessária a existência de um sistema municipal oficial e, definitivamente, não obstante alguns esforços destinados à formalização desse sistema, o único sistema de transporte de passageiros em grupo, que temos integralmente no município são as vans e micro-ônibus que fazem a ligação entre os nossos bairros.

  Apesar de ser conduzida e ter seus cobradores e motoristas, em sua grande maioria moradores dos nossos bairros mais populares, o que pode se perceber, em uma simples viagem por esse sistema é uma completa falta de compromisso com os problemas que os nossos munícipes enfrentam em seu cotidiano ao utilizar o sistema atual.

   Com cerca de dois terços dos veículos que fazem o transporte coletivo no município regulado pela AGERBA, falta ao município de Lauro de Freitas a autonomia necessária para regular de forma eficiente esse sistema, além de não ter uma atuação eficaz de fiscalização.

   Associa-se a esse contexto o fato de que, por muitas vezes, demonstra sequer saber ainda engatinhar e que necessita de um cuidado mais constante e acurado que o que o sistema de contemplação política pode oferecer a uma gestão.

  Sendo assim, não causou grandes surpresas em nossa equipe verificar que cerca de 81% dos entrevistados desaprovam esta fração do sistema de transportes do município. Com destaque negativo para as paradas fora dos pontos e o tempo de parada dos veículos em determinados locais, a exemplo do Largo do Caranguejo em Itinga e no Ponto em frente ao Maxxi Atacados, nos dois sentidos. A demora para se chegar no destino da viagem é outro destaque negativo do sistema. Na avaliação das pessoas acaba sendo mais rápido ir de Lauro de Freitas a Salvador que se deslocar do centro de Lauro de Freitas ao Parque São Paulo, na Itinga, por exemplo.

   As duas principais prestadoras do serviço são desaprovadas por nada menos que três quartos dos entrevistados e um quarto das pessoas acham que a prestadora regulada pela AGERBA presta melhor serviço que a regulada pela Prefeitura Municipal.

  O fato concreto é que o sistema de concessões neste setor precisa ser repensado de forma efetiva e responsável. Sabemos que não agradaremos a boa parte das pessoas, mas, o formato que hoje impera no segmento, que acaba ocorrendo também no sistema de Taxis é que mascarados de cooperativas, convivemos cotidianamente com um sistema perverso de precarização e exploração do trabalhador (motoristas e cobradores), que por sua vez exercem suas funções sem a garantia de seus direitos trabalhistas.

    Em nossa opinião é preciso acabar com a regulamentação do sistema por Decretos obsoletos, ter-se a coragem devida para se propor um Projeto de Lei, que torne o sistema de transporte de Lauro de Freitas, todo ele, digno, legal, juridicamente falando, mas, principalmente, de qualidade e respeitoso com quem é a sua razão de ser e de existir: A população do nosso município.


Destacamos aqui problemas, que talvez, sejam os que mais demandam urgência de uma ação das autoridades tendo em vista a vulnerabilidade do público atingido.
Cadeirantes, deficientes físicos e idosos são as principais vítimas do desresreispeito das prestadoras de serviços. Os veículos não possuem elevadores nem espaços internos apropriados para comportar cadeirantes e deficientes.

A lei que estabelece gratuidade aos idosos é descumprida e cada condutor/motorista dita sua própria regra. Limitam por conta própria a quantidade de usuários contemplados, as vezes não param no ponto e alguns fazem questão de cobrar em voz alta, no intuito de constranger o idoso.
Postura que se estende também aos Agentes Comunitários de Saúde e aos estudantes, ambos amparados por lei que lhes garantem direitos de gratuidade e meia passagem respectivamente.  

* apesar de não constar no questionário da pesquisa, muitos usuários do transporte alternativo criticaram a falta de linhas
 que liguem os bairros: Portão x Vilas do Atlântico e Itinga x Aeroporto.
Pacientes em tratamento na clínica Bem Querer, localizada na Av Beira Rio também reclamam da da distância entre a clinica e o ponto mais próximo. A quem precise soltar no Shopping Litoral Norte e andar até a clínica.


Veja os dados da pesquisa!


 

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