Vivemos
um momento particular da história democrática do Brasil. Momento em que, de um
lado, avançamos no sentido das políticas públicas de inclusão, redução da
miséria, fortalecimento das instituições públicas e de reconhecimento
internacional; mas que de outro, somos ameaçados com ideologias medievais de
cerceamento da liberdade humana, discriminação racial e incentivo ao ódio
religioso.
Os
movimentos sociais estão insuflados com as constantes investidas de grupos,
corporações e indivíduos que diariamente atentam contra a democracia, a
liberdade e o direto humano. A presença do Deputado Marcos Feliciano à frente
da Comissão de Direitos Humanos é um termômetro do quanto é delicado o momento que
estamos vivendo.
Declarações
racistas e homofóbicas do presidente da Comissão de Direitos Humanos,
indicações parlamentares que propõem o fim dos rituais nas religiões de Matriz
africanas e a proibição da prática da Capoeira Angola no Brasil apontam para
uma necessidade urgente de reorganização e ampliação do debate sobre as
estratégias a serem adotadas no sentido de preservar nossa identidade e
assegurar nossos direitos de cidadãos garantidos na constituição.
Frente
a essa conjuntura, nós da Associação Obatalandê, junto a outras casas de
candomblé de nação Ketu, Angola e Gege propomos a realização de um encontro
metropolitano que reunirá jovens de candomblé pra fazer uma leitura atualizada
do momento pelo qual estamos vivendo e encaminhar aos poderes instituídos
propostas que nos conduzam a uma sociedade fraterna e de respeito mútuo.
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