sexta-feira, novembro 23

2º Enconto Juvenil de Lauro de Freitas





Lauro de Freitas, vive o paradoxo de duas cidades, uma negra na periferia e outra branca no centro e orla. Estas duas cidades fazem parte do processo civilizatório da cidade desde do seu começo, tendo a cidade participado do ciclo da cana de Açúcar no final do Século XVIII, mas não conseguiu incluir de forma orientada os saberes e conhecimentos do povo negro, no processo de desenvolvimento da cidade. No final dos anos 70 com a expansão imobiliária de Salvador, mas uma vez viu-se a chegada de mais negros em Lauro de Freitas, trazendo seus fundamentos religiosos, para cidade , que era uma grande reserva verde, nos anos 80, mais uma vez houve um crescimento populacional em Lauro, com a chegada dos Condomínios de Classe Média, construídos por mãos negras, que foram morar na periferia da cidade.

Ao longo do tempo, estas diferenças aumentaram, gerando uma pressão social, emocional e econômica na periferia da cidade, que viu chegar situações de riscos sociais, sem que haja do Poder Público, a compreensão que é preciso valorizar as grandes contribuições civilizatórias do povos afro descendentes que são maioria na periferia da cidade, esta falta de alternativa e de políticas direcionadas para valorização da arte, da cultura, dos conhecimentos, dos saberes e fazeres, das tecnologias e da criatividade, fazem surgir um acirramento entre as pessoas que vivem nos territórios periféricos da cidade, gerando um problema social, que precisa de saídas criativas, capazes de estimular sobre tudo a juventude, que é mais atingida por esta situação, que a REVER DUDU, esta tentando com este evento, criar um pacto de entendimento, a partir de debates, que estimulem um novo olhar político destes jovens para a cidade que vivem, observando que os mesmos podem se organizar a partir de temas, mais recorrentes para o desenvolvimento de suas vidas e do Município onde vivem e moram.


Com o II Encontro Juvenil de Lauro de Freitas pretendemos criar um espaço de diálogos com os grupos “famílias” existentes no bairro de Itinga. A proposta é proporcionar a esses jovens um contato com organizações sociais que desenvolvem trabalhos em suas comunidades. Com isso, acreditamos que os mesmos serão provocados a pensar suas comunidades numa perspectiva de transformação.
Ao final do projeto, eles devem está aptos a repensarem seus papeis e participação nas comunidades onde moram. Serão conscientizados que o comportamento e as ações da juventude hoje, influenciarão e definirão a sociedade de amanhã.

Ricardo Andrade
Movimento Negro de
Lauro de Freitas
 

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