segunda-feira, março 5

Cultura x Violencia


Em Lauro de Freitas urge a necessidade de um diálogo mais intenso entre a juventude negra e a Administração Pública local. A violência, somada ao aumento do consumo de drogas e outros entorpecentes tem sido um desafio cotidiano para organizações sociais e o governo.

A Posse de Conscientização e Expressão (PCE) Movimento Hip Hop, Campanha Reaja, Quilombo Xis e o CEN (Coletivo de Entidades Negras), terão no mês de março uma audiência com a prefeita Moema Gramacho, para apontar possíveis estratégias de combate à violência nas áreas de grande incidência.

Para a juventude negra de Lauro de Freitas a ferramenta social mais eficaz contra as drogas e todas as outras formas de violência é a cultura. 'A cultura é libertária e transformadora'.

Quando falamos de cultura hip hop mergulhamos ainda mais profundamente nesse universo de jovens em situação de risco, jovens estes que são “alvo” prioritário dos programas institucionais de combate à violência, como por exemplo o Programa Pacto pela Vida, do Governo Estadual.

Pacto Pela Vida

Nossos questionamentos à cerca do Pacto pela Vida são sim, dignos de análise e debates. E porque não?

Quando vejo a propaganda institucional apresentar artistas na condição de viciados pelos seus talentos, reporto-me, imediatamente, à realidade de nossas periferias.

Para um viciado em crack, fica fácil alimentar seu vicio, já que a droga pode ser encontrada em qualquer esquina do seu bairro ao valor de R5,00 (cinco reais).

No contra ponto, é extremamente difícil manter o vício em música e esporte tendo em vista que as ferramentas que viabilizam a produção dessas atividades não são tão populares e acessíveis como o crack.

Assim sendo, o que nós propomos é apresentar um programa que tenha, em seu eixo central, a disponibilização dessas tecnologias sociais nos locais de maior índice de vulnerabilidade juvenil.

Temos a inserção, vivemos no cotidiano e na condição de igual, temos crédito em nossa comunidade e, portanto, estamos aptos e legitimados a atuar.

Em 2011 durante visita da ONU a Lauro de Freitas, apontamos a necessidade de potencializar as periferias a partir da cultura e suas diversidades.

Ricardo Andrade
Editor

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