sexta-feira, janeiro 30

Política cultural em debate


Entrevista exclusiva do novo Secretário Municipal de Cultura, Antonio Lírio.
Por: Ricardo Andrade


Folha - O que lhe credencia a assumir a secretaria municipal de cultura?
Lírio – Sou oriundo do movimento social, sempre atuei como ativista cultural. Participei de uma audição para ator no Grupo Tupã onde atuei durante dois anos e meio. Um dos mais expressivos trabalhos foi o espetáculo IABA – A origem do Brasil. Viajei por todo estado da Bahia e foi à cultura que me deu carona. Essa experiência profissional, somada a minha militância, mais o dom inerente que trago de berço, me legitimam à assumir essa pasta que tem um pouco de mim, da minha vida, da minha história... Conto ainda com a experiência de ter assumido o Departamento de Cultura, que me proporcionou um acúmulo incrível e uma relação intensa com a classe artística laurofreitense. Enquanto estive à frente da secretaria de planejamento, também adquirir uma bagagem técnica significativa e que com certeza vai ser muito útil nesse novo desafio de conduzir a cultura da cidade. Sem esquecer do Turismo, que ainda na Sepantur esboçamos algumas idéias e pretendemos executar nesse novo momento.

Folha – Como o senhor avalia a sua passagem pelo Departamento de Cultura? O senhor acredita que conseguiu desenvolver uma política cultural a altura da cidade de Lauro de Freitas?
Lírio – Lauro de Freitas é uma cidade extraordinária. O povo dessa cidade respira cultura e nossa cultura é bastante dinâmica, renova a todo o momento sem que isso represente automaticamente a perda de suas manifestações tradicionais. Mas, mesmo com esse dinamismo estou convicto de que nossa contribuição à frente do Departamento de Cultura foi significativa pra cidade. É óbvio que muita coisa ficou a ser feita. Alguns projetos elaborados por nossa equipe não foram concluídos por diversos fatores, mas o saldo foi positivo sim.

Folha – O que o faz acreditar que as dificuldades do passado não serão empecilho para os projetos futuros?
Lírio – A situação agora é diferente. A reforma administrativa desmembrou a secretaria permitindo que a cultura seja o principal foco dessa pasta. Na formatação anterior a cultura sofria uma concorrência intensa com o esporte, o que inviabilizava financeiramente alguns dos mais importantes projetos. Outro foto a ser destacado é o amadurecimento da classe artística local. Alguns vícios antigos que durante anos foram alimentados por gestões anteriores foram superados por nossos artistas. A concepção agora é outra. Não vemos mais aquela fila de artistas procurando a secretaria para adquirir seu “kit cultura” uma política individualista e segregacionista que graças a Deus a classe artística de Lauro de Freitas baniu da cidade.

Folha – Como o senhor pretende lhe dá com a falta de recursos, tendo em vista que o orçamento é insuficiente para atender esse dinamismo que o senhor mesmo se referiu?
Lírio – Estaremos fadados ao simplismo se nos limitarmos ao repasse municipal. Todos sabem que o repasse é insuficiente para atender a demanda cultural da cidade. Mas, esse é o fator de diferenciação entre os administradores. Nossa gestão estará inclinada a busca incansável de recursos oriundos de outras fontes. A relação que nossa prefeita tem com os governos estadual e federal nos possibilitará um transito facilitado nessas esferas, o que somado a nossa capacidade de articular, nos garantirá o acesso aos financiamentos da Secretaria Estadual e Ministério da cultura. Isso sem contar com o setor privado que também será alvo de nossas intenções.

Folha - Quais serão os principais eixos dessa nova gestão cultural?
Lírio – Seremos bastante ambiciosos em nossa gestão, mas não vimos aqui pra reinventar a roda. Nossas ações estarão voltadas ao resgate e fortalecimento das manifestações tradicionais, a exemplo dos Ternos de Reis e os cortejos. O nosso carro chefe será o projeto Ciranda das Artes que desde nossa passagem pelo departamento de Cultura mostrou que é uma iniciativa universal e capaz de agregar e interagir com os diversos seguimentos da cultura local. Nossa intenção é que a Ciranda das Artes mobilize cerca de 100 agentes culturais das mais diversas expressões em todo o município. Esses agentes funcionarão como multiplicadores de suas artes nas comunidades onde residem ou atuam. O bom disso tudo, é que essa não é nenhuma política marciana interplanetária. É algo real, próximo e que já acontece. Nosso dever será aprimorar, incentivar, fomentar e dá suporte, buscando promover o intercâmbio, a capacitação técnico-profissional e a geração de renda para esses artistas. A parceria com outras secretarias garantirá nossos objetivos.O Conselho Municipal de Cultura nos dará a legitimidade nescessária para decidir sobre as questões mais complexas.
Folha – Quanto á vida política, quais são os planos do novo secretário?
Lírio – Meus planos políticos estão casados com os planos da prefeita Moema Gramacho. Minhas potencialidades políticas estão à disposição da classe artística e é essa classe que decidirá o rumo político que tomaremos no futuro. O Partido dos Trabalhadores, do qual sou filiado, é um dos pilares de minha vida política. Fui escolhido pelo meu partido para assumir essa pasta e estarei a disposição para novos desafios.

Folha – Suas palavras finais.
Lírio – Serei a pessoa mais interessada e mais crente nesse projeto, sei que vai dá certo. Estou possuído por um desejo de acertar indescritível. Tenho consciência de que são necessárias as críticas e sugestões. Por isso conclamo a classe artística a vir à secretaria trazer suas experiências, contribuições e propostas. Essa parceria já é vitoriosa.

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