sábado, outubro 31

Na prática. ASFAP e Campanha Reaja desenvolvem ação no Módulo 5 da Penitenciária Lemos Brito





Foi um momento emocionante a presença dos internos da Penitenciária Lemos Brito (PLB), Salvador/Bahia, durante atividade que buscou o despertar da cidadania e a discussão sobre os direitos de presas e presos assegurados pela Constituição Federal. Marca um momento importante que reafirma a relevância do movimento social na efetivação das ações do sistema de saúde brasileiro, mais especificamente das ações que dizem respeito a saúde da população negra no país.


“Só o direito de ir e vir está cerceado, os demais direitos como educação, saúde, lazer, informação e entretenimento estão assegurados pela carta magna desse país, e nós não nos desviaremos um milímetro se quer na luta para que esses direitos nos sejam assegurados.” (Hamilton Borges,2009)



Com esta fala o coordenador da Quilombo X – Ação Cultural Comunitária abriu na tarde de 27 de outubro um bate papo com os cerca de 500 internos do Módulo 5 da PLB, em atividade do Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra. Coordenado pela Dra. Andreia Beatriz Silva dos Santos, médica do Programa de Saúde Penitenciária responsável pelas ações de promoção de saúde, prevenção e tratamento de agravos naquele módulo, o tema central da discussão foi o significado político de saúde no espaço prisional, que agrega em sua maioria negras e negros jovens.


De acordo com a médica, “a saúde é um direito garantido por lei e tem que ser compreendida e exercida para além do adoecimento e da medicalização. Neste espaço é importante reconhecer raça, racismo e racismo institucional como condicionantes do processo saúde-adoecimento se torna imprescindível no contexto do SUS (Sistema Único de Saúde) e está em consonância com a Política de Saúde Integral da População Negra, conquista do movimento social negro”.



A atividade teve ainda a participação do advogado e professor de Direito da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) Clóves Araújo que durante a sua fala reforçou a importância de ações intramuros no sentido de resgate da cidadania. Contou também com a presença de Ricardo Andrade, integrante da Associação de Familiares e Amigos de Presas e Presos do Estado da Bahia(ASFAP/Bahia), que ressaltou que a saúde intramuros reflete diretamente na sociedade e que é possível perceber o aumento significativo de mulheres nos postos de saúde com a pressão alta quando a situação nos presídios é tensa. A atividade foi encerrada com um rap cantado por um dos internos, versando sobre o significado de ser negro neste país e mais especificamente no espaço prisional.

Andréia Beatriz
Ricardo Andrade

Um comentário:

  1. Anônimo3/9/11 16:16

    todos deveriam procurar um meio de desenvolver projetos como esse, ou colaborar.

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