segunda-feira, setembro 29

Patrimônio Municipal





O Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira de Lauro de Freitas é uma importante ferramenta social na luta contra o racismo e um dos poucos em funcionamento no país. Foi construído no ano de 2000, com recursos do Ministério da Cultura e emendas parlamentares dos Deputados Federais Luiz Alberto e Reginaldo Germano.

Em seu projeto original, o Centro de Referência funcionaria como uma espécie de consulado universal. Ou seja, todos os países africanos que não tivessem consulados ou embaixadas na Bahia poderiam utilizar essa estrutura para as reuniões e articulações diplomáticas. A proximidade com o aeroporto de Salvador faz do centro um espaço estrategicamente viável.

O idealista, Dr. Mário Nelson Carvalho, explica ainda que os bustos de Nelson Mandela (referencial internacional), Milton Santos e Zumbi dos Palmares (referências nacionais) e o nome Mãe Mirinha de Portão (referência local) fazem alusão à abrangência da luta do povo negro, tanto na África quanto em sua diáspora.

Ainda, segundo Carvalho, a disposição das imagens no interior do centro nos remete à rota dos orixás e à diversidade da cultura africana. “O Centro de Referência é uma reprodução minimizada do continente africano em Lauro de Freitas. Cada imagem representa um seguimento étnico e suas divisões geopolíticas. Já o auditório é a representação da união africana, é o lugar comum a todos, um espaço sem quinas, sem pontas, um lugar arredondado, onde todos estão representados de igual forma”, explica.

É no Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira de Lauro de Freitas que funciona a Superintendência de Promoção da Igualdade Racial, órgão do governo municipal cujo objetivo é promover a igualdade e afirmar as culturas negra, indígena e cigana na cidade.
Racismo Institucional - Um dos maiores desafios para o movimento negro de Lauro de Freitas, frente ao centro de referência, é o combate ao racismo institucional. São inúmeras as iniciativas racistas que atentam contra essa estrutura, principalmente as oriundas da casa legislativa.

No inicio do atual governo, uma proposta de reforma do Centro de Referência foi vetada na Câmara Municipal sem nenhum motivo justificável. Além disso, há vereadores que pregam a retirada das imagens do centro, sob a justificativa de estarem buscando a laicidade do estado. Porém, essa mesma Câmara faz a leitura de um livro religioso no inicio de cada sessão.


Mário Nelson Carvalho, baiano do Recôncavo;
“Economista e militante da causa sócio-racial afro-empreendedora"

Economista/Ucsal e Pós-graduado em Engenharia Financeira/Fundação Getúlio Vargas/Rj. Dirigente Empresarial - Grupo Góes Cohabita( 1970 à 1995 ) Afro-empreendedor - Gomes Carvalhos Ltda e consultor empresarial na área habitacional.

Chico Franco assume compromisso racial





Chico Franco é um dos mais importantes e influentes quadros políticos de Lauro de Freitas. Nasceu no centro, mas viveu intensamente toda a cidade. Chico conhece cada canto do município, as pessoas mais antigas e as que chegaram para somar com o desenvolvimento da cidade. 



Franco sabe que 83% da população laurofreitense é composta de negros(as) e pardos, segundo o IBGE, e que um projeto político voltado para a afirmação da identidade desse povo é de fundamental importância para o desenvolvimento do município.

Ao ingressar na política, em 1996, Chico Franco se elegeu vereador de Lauro de Freitas. Em 2000, foi reeleito como o vereador mais votado da cidade.



Após reunião com lideranças negras Chico assume o compromisso de lutar por questões inerentes a luta racial e a promoção da igualdade.





1- revitalização do Centro de referência da cultura afro-brasileira;



2- imunidade tributária às casas religiosas;



3- programa de desenvolvimento para o empreendedorismo negro;



4- aplicação das leis 10.639/03 e 11.645/08;



5 -intensificação da política de combate a anemia falciforme

Banco do Nordeste fomentará o empreendedorismo negro






Empreender. Essa é a palavra de ordem na atual conjuntura sócio-político-cultural no Brasil. O momento é bastante propício, e a luta por igualdade racial, combate a violência, crime organizado e tantos outros desafios enfrentados pela sociedade estão diretamente ligados à sustentabilidade e a geração de emprego e renda.


A instalação de uma agência do Banco do Nordeste em Lauro de Freitas, abre um vasto horizonte de possibilidades e oportunidades que fomentará o surgimento de empreendimentos negros voltados à geração de renda, proporcionando o desenvolvimento das comunidades e a inclusão.

Segundo Edson Costa, coordenador do EMUNDE - Encontro Mundial de Étnico Empreendedorismo, as comunidades estão recheadas de potenciais empreendedores que precisam de incentivos para montar seu próprio negócio e a disponibilização de linhas de crédito é uma importante política para o desenvolvimento social e econômico de nossa cidade.

O superintendente da SUPIR, Cláudio Reis e o Conselho de Promoção da Igualdade Racial se reunirão com a direção do banco para discutir sobre o CREDIAMIGO, para debaterem sobre uma das linhas de crédito da instituição.




Edson Costa, Educador
Coordenador do EMUNDE
Diretor de Direitos Humanos
da Sec. Municipal de
Desenvolvimento Social e
Cidadania
 

Racismo Institucional







A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, SUPIR realizou no mês de setembro, a oficina de combate ao racismo institucional em Lauro de Freitas. A formação é resultado de uma parceria com o UNFPA - Fundo das Nações Unidas Para as Populações e visa capacitar servidores públicos no combate ao racismo institucional, além disso, é mais um passo para a construção do PMCRI, Plano Municipal de Combate ao Racismo Institucional.

Lauro de Freitas foi a primeira cidade a receber a capacitação tendo em vista os avanços nas políticas de promoção da igualdade e a participação efetiva do movimento social negro nos fóruns de debates.   

Combater o racismo institucional é ter a grandeza e a capacidade de entender, que a estrutura do estado não foi pensada para o conjunto da população.  Ricardo Andrade