domingo, dezembro 12

Cine Teatro será reinaugurado

PROGRAMACÃO DO FESTIVAL NACIONAL IPITANGA DE TEATRO REINAUGURA O NOVO CINE TEATRO DE LAURO DE FREITAS



Finalmente o antigo Centro de Cultura se transformou no novo Cine Teatro de Lauro de Freitas, reformado – foyer com portas de vidros, sanitários com acesso a portadores de deficiências, poltronas acolchoadas e o espaço climatizado que será reinaugurado no dia 14 de dezembro com a programação da 5ª edição do FIT- Festival Nacional Ipitanga de Teatro que tem uma extensa programação até o dia 22 de dezembro, com ingresso R$ 6,00 inteira e R$ 3,00 meia.

A cerimônia de reabertura do teatro está sendo organizada pela Fundação Cultural do Estado da Bahia em parceria com a Sociedade Cultural Távola, pois a cerimônia será conjunta com o inicio oficial do festival que será apresentado a partir das 20h o premiado espetáculo “Gaiola, O Caçador de Solidão” que recentemente participou de festivais no sul e sudeste do país representando a Bahia e o Nordeste, monólogo de Duzinho Nery com atuação de Léo Santis.

Nesta 5ª edição, o festival que foi adiado por motivos justificáveis e contará com a participação de espetáculos de seis estados nas categorias infantil, adulto e rua, distribuindo 17 mil reais em prêmio. A comissão julgadora é composta por três membros, nomes importantes e de grande relevância do teatro baiano: Marta Saback, que é professora adjunta das Escolas de Teatro e Dança da UFBA; Carol Vieira é diretora teatral, doutoranda em Educação pela FACED/UFC- Universidade Federal do Ceará e Mestre em Artes Cênicas pela UFBA, atualmente é Professora Titular e Vice-Coordenadora do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Ceará; Pedro Henriques é Ator e Diretor de Teatro, Mestre em Artes Cênicas e Doutorando do PPGAE/UFBA. Esta comissão terá a responsabilidade de escolher os destaques do FIT 2010.

A solenidade de Premiação será realizada no dia 22 de dezembro no Cine Teatro apenas para convidados - a classe artística, autoridades e para os grupos concorrentes onde serão anunciados os vencedores desta edição.

O Festival Nacional Ipitanga de Teatro tem o apoio financeiro do FCBA- Fundo de Cultura da Bahia, através das Secretarias de Estado da Cultura e da Secretaria da Fazenda; e o apoio da FUNCEB - Fundação Cultural; do Sindicato dos Artistas e da Prefeitura de Lauro de Freitas. A realização fica por conta da Sociedade Cultural Távola. Para maiores informações (71) 9115-4462/ (71) 8704-3494 (71) 8704-3494. E.mail: tavolacultural@hotmail.com.

By: Duzinho Nery

sábado, dezembro 11

Luiza Bairros pode ser a Ministra da SEPPIR


Falta a confirmação da Presidente Dilma, mas ninguém mais tem dúvidas de que Luiza Bairros, atual secretária estadual de Promoção da Iguadade assumirá a SUPPIR (Secretaria Especial de Promoção da Iguladade Racial) que tem status de ministério.

Agora a noite Luiza já recebia as felicitações do presidente Lula e de lideranças do movimento negro.

sexta-feira, dezembro 10

Desordem no transito


As pessoas transitam na pista, carros e motos estacionam no passeio. Não há placas de sinalização, não há fiscalização. Um cruzamento com seis importantes vias de acesso, um caos total, um mangue. Estamos falando do Caranguejo, o largo mais importante do bairro de Itinga e um dos principais pontos de referencia da cidade.

Não é de agora que comerciantes, motoristas, autoridades e a população em geral reclamam da bagunça que é o transito no Largo do Caranguejo. Nos horários de pico, parece que há um nó naquela região e tudo parece atrapalhar. Até viaturas da PM estacionam em local impróprio próximo a lanchonete que fica bem no centro do largo.

Os fiscais da prefeitura que controlam as vans do transporte alternativo, não dão conta do volume, e os que trabalham com seriedade não são respeitados por alguns condutores que não os reconhecem como autoridade.

Não podemos deixar de citar também os "indigentes", mendigos, alcoólatras e deficientes mentais que diversificam a população do "mangue".

O resultado disso tudo se vê diariamente na praça símbolo do bairro mais importante da cidade e que acaba refletindo também a incapacidade de gerenciamento e planejamento do poder público local. Se há um projeto de ordenamento do transito na cidade, esse deve tá impresso e guardado em alguma gaveta de um gabinete qualquer.

terça-feira, dezembro 7

Lauro de Freitas: Lula Maciel fala sobre conjuntura política.



Folha - Como o senhor avalia o resultado da eleição em Lauro de Freitas?

Lula - O resultado da pra nós, um horizonte de futuro cenário de possíveis disputas, na base de sustentação do governo ( municipal ), talvez para encabeçar uma chapa ou compor na condição de vice , mantendo a unidade dos partidos que apóiam o governo municipal. O resultado da oposição demonstrou fragilidade local, mesmo tendo resultado positivo no estado.

Folha - Os votos obtidos pelo PT e sua base aliada são capazes de representar uma aprovação do governo Moema Gramacho?

Lula - Não necessariamente. Vejo que a relação com a estrutura de governo favoreceu algumas candidaturas, muito embora algumas tivessem perfil e estilos próprios. Ah, houve outras que não tinham relação com o governo municipal que foram muito bem sucedidas.

Folha - Sua votação foi a esperada por sua equipe?

Lula - Voto agente sempre espera mais. Confesso que esperei um pouco mais, porém quando comparei os gastos que tive com os de outras campanhas, pude me considerar grande vitorioso deste processo.

Folha - O que explica os candidatos Cralucho e Chico Franco terem obtido votação superior aos candidatos da prefeita?

Lula - Sinto que nesta eleição explorou-se muito o sentimento bairrista, acho que colou.

Folha - A conturbada eleição da mesa da Câmara pode ser considerada como um divisor de águas da política municipal?

Lula - Sim, vejo com muito ceticismo a condução dos trabalhos no próximos anoA relação de confiança com muitos “ companheiros” foi abalada, acho que vai levar um tempinho pra ser restabelecida.


*Lula Maciel é verador do PT e está no segundo mandato na cidade de Lauro de freitas.

segunda-feira, dezembro 6

Vereador lamenta morte de empresário


É com extremo pesar e consternação que o Vereador Lula Maciel lamenta a morte do companheiro e amigo Carlos Alberto Sousa, ocorrido no inicio da manhã de ontem (05).

Em nome de todos os munícipes desta cidade, prestamos nossas condolências aos familiares dessa ilustre pessoa que contribuiu para o desenvolvimento de nossa Lauro de Freitas.

História

Carlos começou a carreira trabalhando como office boy de uma ótica até que tornou-se gerente. Com o tempo, ele abriu uma distribuidora e depois passou a fabricar. Em 2000, Carlos fundou a Master Glasses, que hoje é a segunda indústria ótica do país e representante exclusiva de diversas marcas internacionais. Um dos maiores empreendedores da indústria baiana, Carlos transformou a Master Glasses na única do setor do Norte/Nordeste.

domingo, dezembro 5

Luto na Master Glasses

Morreu nessa madrugada o empresário Carlos Souza, proprietário da Master Glasses num grave acidente de carro. Além do empresário, uma das sócias, Claudia Cazaes e o motorista, também foram a óbito.

sábado, novembro 6

Comunicação, arte, cultura e beleza negra em Lauro de Freitas



Apesar das dificuldades, a atividade realizada pela Posse PCE e o CMA Hip Hop foi um grande sucesso. A realização das oficinas de Break, cultura negra, grafite, fotografia e filmagem atenderam cerca de 100 crianças e adolescentes que tiveram seus laços estreitados com a identidade negra.

Tudo aconteceu no Espaço Cultural Big Brother, sede da organização PCE e contou com a presença de gente importante como o grafiteiro Lee 27, B boy Ananias, B Gils Tina, Mara Azantewa, a turma do grupo Equlíbrio que saiu de Areia Branca pra dá um shouw de performance corporal. Quem marcou presença também foi a atriz Maíra Gothichald, que é moradora do Loteamento Jardim Metrópole.

Os alunos da escola Municipal de Vida Nova orientados pelo professor Tom deram uma aula de participação e comportamento. Se identificaram com a proposta do projeto.
A parceria com a Omim Dudu culminou no espetáculo negro que emocionou as mães que viram suas filhas externalizando a plenitude da beleza negra.
Veja as fotos.
Para ver mais fotos, acesse o orkut da Posse Pce

terça-feira, novembro 2

Consciência Negra



A consciência é uma qualidade da mente, um estado de conhecimento, é a capacidade de um indivíduo, de perceber a relação entre si e um ambiente, espaço ou meio. Ter consciência é apresentar a capacidade de identificar os elementos e as influencias que estes exercem sobre nós em nosso cotidiano.

A consciência da qual tratamos nesse momento, apresenta-se como resultado do acúmulo de informações e conteúdos capazes de sugerir e provocar críticas e questionamentos sobre fatos e acontecimentos que nos rodeiam.
A consciência negra portanto, pode ser entendida como a propriedade que nós, homens e mulheres negros e negras possuímos, de perceber e entender as situações que vivenciamos em nosso dia a dia. É praticamente um estado de estar consciente.

Quando a polícia entra numa rua de nossa periferia, atira na cabeça e mata um jovem negro, é possível entender que o estado julga esse jovem como um ser inferior, portanto irrecuperável e incapaz de interagir socialmente. E essa foi a mesma justificativa utilizada a 500 anos atrás para escravizar e dizimar centenas de milhares de negros e negras no período da escravidão. Quando detemos essas informações e somos capazes de inter-relacioná-las fazendo uma leitura atualizada da conjuntura, podemos afirmar que estamos manifestando a Consciência Negra.

A consciência está presente quando identificamos a ação do preconceito, da discriminação e do racismo em nossas vidas.


Preconceito e racismo

Preconceito é a ideia pré-estabelecida a respeito de algo ou alguém. Somos capazes de fazer um pré-julgamento daquilo que não conhecemos. Quando numa rua deserta nos deparamos com um homem negro e “mal encarado”, a primeira ideia que vem em nossas mentes é de que esse homem possa ser um ladrão, estuprador e etc. Isso é pré-conceito é julgar sem conhecer.
Mas engana-se quem pensa que o pré-conceito seja um elemento que precisa ser combatido. Muito pelo contrário. Essa capacidade de pré-conceber ideias a respeito de algo ou alguém é inerente da capacidade humana, faz parte do nosso legado racional.

O problema do pré-conceito está na plataforma ideológica que ele está alicerçado. O problema do preconceito está no racismo. É o racismo quem sustenta na grande maioria das vezes todos os conceitos a respeito do ser negro e de todas as suas peculiaridades.

Voltando a rua deserta, quando temos o homem negro a nossa frente, automaticamente as informações racistas a que fomos submetidos ao longo de nossas vidas nos fazem imediatamente ver à nossa frente à imagem do mal. O racismo disse durante séculos que nós éramos inferiores, disse que não tínhamos alma. O racismo disse que a religião dos negros cultuava o diabo, que negros jogam capoeira e isso era condenado. O racismo disse que as mulheres negras vendiam o bolinho do diabo chamado acarajé. E é esse mesmo racismo que nos induz a acreditar que aquele homem da rua deserta seja um homem do mal, seja um mau elemento.

Contudo, quando nós conseguimos nos apoderar das informações que nos trazem a verdade a respeito de nós, daquilo que nos pertence e desenvolvemos ferramentas e ações que combatam esses pré-conceitos, nós automaticamente estamos combatendo o racismo e exercendo a consciência negra.


Racismo institucional

Como o próprio nome já diz, o racismo institucional é aquele que se manifesta nas instituições e pode ser considerado um dos mais perversos, porque suas ações atingem sempre no coletivo. O racismo institucional pode ser identificado nas ações dos governos, nas grandes empresas etc.

Observe o estado das ruas em Vilas do Atlântico e compare com ruas do Lotemanto Jardim Metrópole em Itinga. Veja que um esgoto aberto num bairro nobre jamais permanecerá jorrando fezes pro meio da rua durante semanas e as vezes meses.
Veja e perceba que as lâmpadas dos postes em bairro nobre são mais potentes do que as que são instaladas nos potes de bairros pobres e negros. Perceba que a ação da polícia num bairro habitado por brancos é diferente da ação dessa mesma polícia num bairro de negros. Veja como é feita uma busca policial num condomínio de luxo e num barraco em bairro pobre. Essas observações dão conta do que é o racismo institucional. Mas tam mais.

Observe que programas desenvolvidos pelo governo como o PRONASC, que concentra mais de 80% dos recursos na aquisição de armamento bélico pra polícia matar, ao mesmo tempo em que pede que pessoas simples deem oficinas culturais gratuitas nas comunidades. Perceba o quanto o estado tem mais prazer em liberar urnas funerárias do que desenvolver atividades culturais nas periferias. O estado compra e mantem um helicóptero no ar e busca um assaltante negro dentro da periferia, mas é incapaz de oferecer uma assistência real àquela mãe que desesperada tenta tirar seu filho das drogas. Isso é racismo institucional.

Ricardo Andrade
Movimento Negro Unificado
Campanha Reaja
Posse PCE / Mov. Hip Hop

quarta-feira, outubro 27

RACISMO – INTOLERÂNCIA RELIGIOSA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER – ABUSO DE AUTORIDADE-TORTURA


Sábado dia vinte e três de outubro de 2010, por volta das 14: 00 hora, um pelotão da Polícia Militar da Bahia, invadiu o assentamento D. Helder Câmara, em Ilhéus, levando a comunidade de trabalhadores e trabalhadoras rurais a viverem um momento de terror, tortura e violência racial.

Os fatos: Ao ser questionado pela coordenadora do assentamento e sacerdotisa (filha de Oxossi) Bernadete Souza, sobre a ilegalidade da presença do pelotão da polícia na área do assentamento, por ser este uma jurisdição do INCRA – Instituto Nacional e Colonização de Reforma Agrária e, portanto a polícia sem justificativa e sem mandato judicial não poderia estar ali. Menos ainda, enquadrando homens, mulheres e crianças, sob mira de metralhadoras, pistolas e fuzil, o que se constitui numa grave violação de direitos humanos.

Diante deste questionamento, o comandante alegando “desacato a autoridade” autorizou que Bernadete fosse algemada para ser conduzida à delegacia. Neste momento o orixá Oxossi incorporou a sacerdotisa que algemada foi colocada e mantida pelos PMs Júlio Guedes e seu colega identificado como “Jesus”, num formigueiro onde foi atacada por milhares de formigas provocando graves lesões, enquanto os PMs gritavam que as formigas eram para “afastar satanás”.

Quando os membros da comunidade tentaram se aproximar para socorrê-la um dos policiais apontou a pistola para cabeça da sacerdotisa, ameaçado que se alguém da comunidade se aproximasse ele atirava. Spray de pimenta foi atirado contra os trabalhadores. O desespero tomou conta da comunidade, crianças choravam, idosos passavam mal. Enquanto Bernadete (Oxossi) algemada, era arrastada pelos cabelos por quase 500 metros e em seguida jogada na viatura, os policiais numa clara demonstração de racismo e intolerância religiosa, gritavam “fora satanás”!

Na delegacia da Polícia Civil para onde foi conduzida, Bernadete ainda incorporada bastante machucada foi colocada algemada em uma cela onde havia homens, enquanto policias riam e ironizavam que tinham chicote para afastar “satanás”, e que os Sem Terras fossem se queixar ao Governador e ao Presidente.

A delegacia foi trancada para impedir o acesso de pessoas solidarias a Bernadete, enquanto os policias regozijavam – se relatando aos presentes que lá no assentamento além dos ataques a Oxossi (incorporado em Bernadete) também empurraram Obaluaê manifestado em outro sacerdote atirando o mesmo nas maquinas de bombear água. Os policias militares registraram na delegacia que a manifestação dos orixás na sacerdotisa Bernadete se tratava de insanidade mental.

A comunidade D. Hélder Câmara exige Justiça e punição rigorosa aos culpados e conclama a todas as Organizações e pessoas comprometidas com a nossa causa.

Contra o racismo, contra a intolerância religiosa, contra a violência policial, contra a violência à mulher, pela reforma agrária e pela paz.


Projeto de Reforma Agrária D. Hélder Câmara

Ylê Axé Odé Omí Uá

quinta-feira, outubro 14

Reaja ou Será Mort@- Mais do Mesmo em Ano Eleitoral


O anúncio da morte de dois jovens negros, Tiago Santos e André Cardoso, militantes do Movimento Hip Hip de Salvador, articuladores comunitários moradores do Alto do Coqueirinho em Itapoã, por uma guarnição da policia militar do Estado da Bahia que fazia suas sistemáticas blitz fatais confirmou o que dizemos em nossa luta cotidiana contra a política de genocídio e racismo que opera nesse Estado. Independente da coloração ideológica de quem ocupa o Palácio de Ondina trocamos seis por meia dúzia e ainda contamos cadáveres. Não tem nada de profético nas coisas que falamos em nossas análises que registram os fatos dessa época tumultuada pelo racismo e pelo genocídio dos negros e negras.

Uma semana antes das eleições, um grupo de entidades pomposamente auto-proclamada Movimento Negro fez uma passeata de apoio ao governo: puro vapor! O governo não disse uma linha sobre agenda racial nas eleições e eles marcham para ser notados pela casa grande, uma mentalidade adesista que encontra oposição em nível nacional ainda que esses setores declarem com certo nível de esquizofrenia que falam pelos negros do Brasil. NÃO EM NOSSO NOME !!! É o que exigimos. Falem por si , nos deixem em paz em nossa guerra.Somados aos nomes de Tiago Santos e André Cardoso mortos covardemente por policiais militares do governo do Estado da Bahia acrescentamos os nomes daqueles que nãopodem ser esquecidos nessas manifestações.

Clodoaldo Souza , 22 anos, morto por um grupo paramilitar, 09 tiros. Ricardo Matos , artista circense morto por uma guarnição da policia militar no bairro Boca do Rio. Dejair , morto por uma guarnição da policia militar na comunidade conhecida como Pela Porco. Lucas, Rodrigo, Diego,Marcelo, Luiza, Marcus, Antonio...pode ser qualquer um, pois nenhum negro está a salvo. Por fim Evangivaldo Santos (irmão de Xarope) morto por uma guarnição da Rondesp, 9 tiros pelas costas. Cezar Nunes, Secretário de Segurança tinha assumido naquela semana e afirmou que Evangivaldo resistiu, abrindo com o sangue desse jovem as Operações Saneamento I e II, que seguem executando jovens negros numa ação digna das doutrinas eugênicas de Nina Rodrigues e Lombroso.

Diante de todas as mortes nós da Campanha Reaja nos posicionamos e continuamos a cobrar apuração e punição dos culpados.

Por isso exigimos:

· O Fim da Policia Militar num Estado Democrático de Direito(Agenda Nacional que exigiremos de nossos aliados na Câmara dos Deputados , junto com as organizações aliadas );

· Imediata demissão do Secretário de Segurança Pública Cezar Nunes e dos Oficiais do Comando da Policia Militar, responsáveis diretos pela ação de seus subalternos, como demonstração do Governador de que ele quer mudar sua política racista e genocida de segurança pública;

· Imediata mudança da política carcerária do Estado garantindo o princípio da legalidade e da dignidade dos prisioneiros e prisioneiras, que a cda dia tem sido violada;

· Imediato fechamento da Colônia Penal de Simões Filho que viola o princípio da prevenção com seus gazes que podem vazar e seu esgoto que transborda para uma comunidade quilombola


Nós, da Campanha Reaja, nos posicionamos frente a possível retomada dos setores medievais teocráticos e racistas que esperam retornar ao comando do governo brasileiro, mas não aderimos sem críticas a setores que não reconhecem a agenda da população negra como estratégica. Nós, da Campanha Reaja, apoiaremos e participaremos de toda ação que busque dar visibilidade a situação de violência a que estamos submetidos e mudar a lógica em curso sem nos dobramos ao pragmatismo eleitoral que silencia vozes importantes de nossa história política.


Salvador, Bahia, Brasil
Outubro de 2010

quinta-feira, outubro 7

Em 2 dias polícia mata 6 em Itinga

Definitivamente é o fim. Não há mais o que escrever nem reclamar. Matar jovens negros virou o principal programa da polícia baiana. As execuções acontecem a todo o momento, em qualquer lugar, a qualquer hora do dia. Não temos a mínima chance de defesa, nem se quer suplicar podemos.

Não há investigação, não há processo, não há mandado. A polícia faz o que quer e engane-se quem pensa que está fora de controle. É tudo calculado, o comando deu carta branca e o governo compartilha com as chacinas.

Agora a pouco quarto foram executados no Fazendão, perto da Sede do Esporte Clube Bahia - Itinga, uma das vítimas era uma mulher.

Precisamos enquanto juventude organizada dá a nossa ultima cartada. Ainda temos o voto do dia 31 como arma. Se eleger Dilma significar a continuidade dessa matança, como está sendo a reeleição de Wagner, aconselho que nosso voto seja nulo. Não podemos compartilhar, nem assinar esse cheque.

Antes de declaramos nosso voto à candidata de Lula, ela terá que dá um basta e colocar uma coleira na polícia baiana. Não aguentamos mais contar cadáveres. Será que o estado brasileiro não tem outra ferramenta pra lhe dá com os jovens negros que não seja o fuzil?

Campanha Reaja

quinta-feira, setembro 30

Sabemos o que queremos


... para nós o cenário eleitoral está muito bem definido. Essas fofocas de corredores de gabinete ficam pra quem não tem o que fazer. Eu voto em Valmir Assunção pra Deputado Federal e isso é intestinal. Meu candidato a estadual é Sergio São Bernardo e não há espaços pra debate.

As organizações das quais pertenço também fecharam em torno de Valmir Assunção e alguns membros tem preferencias por candidatos diferentes pra estadual o que é muito normal e evidencia nossa maturidade política.

Somos livres e autônomos. Nossos acordos políticos nascem da sintonia de nossos projetos com as candidaturas que apoiamos, há interesses em jogo.

Não somos obrigados a nada. Não somos funcionários que precisam engrossar fileiras e gritar os nomes dos candidatos dos patrões pra manter o emprego. Se na conjuntura municipal existir elementos que a relação nos interesse, podem estar certos de que em nome de nossos interesses essas relações serão firmadas.

As candidaturas a deputado estadual de Carlucho, João Carlos Bacelar e Chico Franco que flutuam entre membros de nossa organização são bem vindas sim e não precisamos prestar contas a ninguém dessas escolhas. Aqui na cidade o governo é petista e tem secretário que apoia correligionários do presidenciável Jose Serra. E aí?

Nossa rejeição está para além de candidaturas. Nós rejeitamos os projetos que nos aniquilam. Se fossemos radicalizar a esse ponto, a rejeição maior seria aos candidatos Rui Costa e Salvador Brito que são os que mais representam o projeto de Cesar Nunes que manda a polícia invadir nossas comunidades e matar nossos amigos e parentes.

Resumindo, não há confusão nenhuma. O que fazemos são acordos que nos interessam e nos fortalece, pois sabemos muito bem o que queremos e onde vamos chegar. A eleição de Valmir Assunção é a nossa meta agora.


Ricardo Andrade
Movimento Hip Hop
Lauro de Freitas

domingo, setembro 19

Trocamos seis por meia dúzia: E ainda contamos corpos

Olha , a Prudência me manda calar, a boa educação política e a maturidade me dizem para fingir que não vi. Mas eu moro aqui, na “ Bahia de todos nós” e não posso trair o que sou.

Tenho registrado os avanços da política de segurança pública em meu Estado. De tão cruel ela chega a parecer um mostro invisível que todos sentem a presença e todos temem o toque fatal.

É assim, quando tudo fracassa em termos de um Estado Democrático de Direito entra o Direito Penal com seu Fuzil apontando para a cidade. (Emanuel 2010). Deveria, segundo a melhor regra chegar educação, saneamento, lazer, mas eu garanto, o que tem chegado em nossas comunidades é o poder punitivo do Estado, com a morte.

Ontem a Comunidade do Engenho Velho de Brotas parou o trânsito na Avenida Vasco da Gama. Tocaram fogo em tudo para chamar a atenção da situação em que vivemos de violência extremada que parte da polícia do Estado da Bahia.

Em tempos de eleições nos calamos, acreditamos na tática eleitoral de fingir-se de morto para “não dar bala ao inimigo”. No caso específico aqui o inimigo é o DEM , o Democratas, partido do Carlismo e de uma Bahia antiga que combatemos.

O problema é que ninguém explicou isso direitinho nas comunidades segregadas em que vivemos, onde a polícia mata em cima de simples suspeitas, onde somos controlados por conta da cor da pele, da ginga ancestral e insurgente que carregamos, como a memória de Zeferina. Ela que por menos disso queimava fazendas e fardas da brigada militar que é a mesma simbologia e modus operandi da RONDESP que matou esse garoto em questão, aqui onde eu moro. Criaram a Policia Militar do Estado da Bahia para combater Zeferina em Pirajá, de lá pra cá eles não param mais. Nem com o advento de uma Nova Bahia

Parece que ouço as gargalhadas do Secretário de Segurança Publica Cezar Nunes, o xerife da Bahia, responsável direto pela matança em curso. Parece que ouço o silêncio avassalador de autoridades negras que podiam dizer algo pela vida, da turma dos Direitos Humanos silenciadas por cargos públicos e recursos para OCPS e ONGs que podiam forçar nas reuniões com Jaques Wagner ou Pinheiro e Lídice da Mata a idéia de uma outra política de segurança pública não-racista como essa que combatemos desde 2006. Ao menos Republicana como o Governador gosta de bradar , nesse caso que colocasse um Estado Penal mínimo, garantista, democrático como reza a norma constitucional, com o mínimo de princípios que tutelassem os direitos fundamentais, como queriam a turma constituinte originaria.

Mas não! Todos colocam seus adesivos de uma chapa branca (no sentido racial mesmo) e fazem sua caminhada por uma nova Bahia.

Uma nova Bahia de cadáveres pretos, uma nova Bahia em que as comunidades segregadas pela fome, pelo lixo, pelo álcool e pelas drogas se vêem ocupadas militarmente por uma polícia que mata.



Não, não faço aqui apologia a velha Bahia. De fato trocamos seis por meia dúzia e ainda levamos milhões de defuntos como saldo.

&nb sp;

Tenho que ir levantar fundos para tirar um parceiro das grades, antes que o matem ou ele apodreça.



Hamilton Borges

Da Bahia/Salvador

quinta-feira, junho 24

O DNA negro do estatuto da igualdade


Apesar de ser humana, a ciência biológica é bastante exata quando se trata da fecundação. A biologia afirma em alto e bom tom que um feto humano é resultado da união de 46 cromossomos, sendo que, 23 são pertencentes ao pai e 23 a mãe. Após a gestação o novo ser terá em seu genoma as características e a essência dos que lhe geraram.

O exemplo biológico ilustra bem o momento que vivenciamos no movimento negro com a desastrosa aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Mas apesar de difícil, esse momento precisa ser também, um momento de distribuição das responsabilidades.

O senador Demóstenes e o DEM entram apenas com 23 cromossomos para a formação desse ser (estatuto). Mas a cria é racializada e todos nós sabemos. Precisamos agora, identificar quem concedeu os 23 cromossomos negros.

Nossa intenção aqui está para além de apontar culpados, mas é preciso responsabilizar as organizações negras que coabitaram com os democratas sem preservativo e geraram esse ser indesejado. É preciso assumir essa “criança” agora. Não dá pra fugir, pois estatuto tem vida e o DNA dos pais está lá, e levará a herança dos seus genitores para as gerações futuras.
Tenho certeza que o DEM exercerá bem seu papel de mãe e amamentará bem, todos os dias essa “criança”, para que o ela cresça forte e robusta, deixando a cargo do pai, o papel de balançar o berço. Afinal de contas, Matheus foi parido.

Cabe agora, tão somente, que as entidades negras se submetam a exames de DNA para que seja identificado o conjugue responsável, e o mesmo assuma a paternidade do estatuto. Vale dizer aqui que o Movimento Negro Unificado não aceitou esse namoro com DEM e ainda na época da paquera disse NÃO. Lembro que nossa Coordenadora Geral, Vanda Pinedo, se retirou da mesa de negociação quando o DEM jogava seu charme e seduzia as demais organizações negras. Mas como já disse, o bebê nasceu e não dá pra negar. Agora é assumir.

Sabemos também, que partindo de uma visão biológica não dá mais pra abortar esse filho, mas, cabe ainda, talvez, apelar para a corte que oficializou esse enlaço matrimonial. O presidente da república, “aliado inconteste dos negros partidarizados” não se pronunciou ainda, nem mesmo a candidata Dilma deu parecer a respeito.

Caso a criança seja vetada, cabe congelar o estatuto e expô-lo em formol nas galerias do senado e da câmara, para que as gerações futuras percebam que relações com brancos geram anomalias que podem prejudicar e eliminar gerações inteiras.

Ricardo Andrade
Movimento Negro Unificado
Campanha Reaja
Movimento Hip Hop – Posse PCE

terça-feira, junho 15

A teoria da conspiração da violencia


Não é o crack coisa nenhuma, isso é essa conversa fiada. O problema é outro, o pano de fundo está bem escondido, escamoteado, camuflado. O fator que gera a violência em nossas comunidades é outro e está diretamente ligado ao racismo e o grande capital.

A propaganda do governo da Bahia, que diz que o crack é responsável por 80% dos homicídios no estado é uma campanha mentirosa. O crack é apenas uma ferramenta muito bem utilizada pelo estado brasileiro no sentido de providenciar os interesses do grande mercado.

Para uma melhor compreensão dessa nossa teoria, vamos citar como exemplo o bairro de Portão, situado na cidade de Lauro de Freitas. Vejam só senhoras e senhores leitores, que esse bairro está localizado geograficamente numa importante região econômica da cidade. Portão é banhado pelo Rio Joanes à direita, à sua frente uma importante BR, conhecida como Estrada do Côco, além de fazer fronteira com o imponente condomínio Encontro das Águas a sua esquerda. Condomínio esse, que abriga casas de 1 milhão de reais onde moram personalidades como Ivete Sangalo, Bel do Chiclete com Banana, Netinho e por aí vai.

Para o grande capital é inadmissível, que um empreendimento dessa magnitude tenha como fronteira um bairro cheio de gente pobre e preta que mora em casas que valem 50 mil. Por esse motivo é preciso à aplicação de uma política de expulsão. Na concepção do estado e seus administradores, a comunidade de Portão precisa ser relocada. Precisa ser levada para um terreno qualquer perto das Cajazeiras ou na BR 324.

Mas como fazer para remover uma comunidade inteira sem chamar a atenção de organismos internacionais? É aí que entra o crack. Com o aumento da violência e o crescente número de homicídios, a população amedrontada começa a colocar seus imóveis a venda. Os urubus carniceiros adquirem essas casas a preço de banana, destroem tudo para logo em seguida ampliar o condomínio.

Outro exemplo desses pode ser visto em São Cristóvão, naquela comunidade que a imprensa e as autoridades insistem em chamar de Planeta dos Macacos. Essa comunidade em São Cristóvão com certeza não resistirá ao Shopping, que está sendo inaugurado em outubro, e nem a copa do mundo de 2014.

Aquele espaço perto do aeroporto internacional e próximo a principal avenida de acesso ao centro da cidade de Salvador, precisa ser ocupado por hotéis de luxo e restaurantes chick. Mas como remover mais de 20 mil habitantes que mora ali há tanto tempo? A resposta é o crack. É só lançar o crack ali dentro e depois mandar a Rondesp dá tiro na cabeças dos “traficantes” e usuários. De preferência é bom matar dentro de casa, pois assim, a repulsa por parte dos familiares é maior. Ninguém quer morar num espaço onde um ente querido fora assassinado. Depois disso é só oferecer qualquer dinheiro que a casa estará a venda.

Essa é a Teoria da Conspiração da Violência. E não é novidade, basta tão somente analisar a história. Foi assim que o estado norte americano agiu com os Panteras Negras. O governo estadunidense injetou heroína nas comunidades negras e pobres para conter o avanço das Panteras.

Foi assim também numa comunidade chamada Higienópolis em São Paulo. Vejam que o nome desse nobre bairro é conseqüência de uma política de higienização praticada pelo governo do estado, através de uma política de segurança pública bem parecida com a OPERAÇÃO SANEAMENTO do governo petista de Jaques Wagner aqui na Bahia.

Agora a história se repete, o crack é injetado em nossas comunidades com objetivo de expulsar nossa gente de suas localidades, dando espaço à expansão imobiliária. Tudo isso alicerçado no racismo e com aval das autoridades constituídas que além de trair o povo, tenta ainda, minimizar a situação criando bode expiratório (crack) no sentido de escamotear o foco real.

Ricardo Andrade
Campanha Reaja
Movimento Negro Unificado
Posse PCE – Hip Hop

quinta-feira, junho 3

Aos negros e negras petistas baianos



Prezados irmãos, venho acompanhando as ações desesperadas do governo estadual no sentido de resolver a grave crise de segurança pública, na qual o estado baiano está submetido. Nessa nossa observância, percebemos que o racismo grita alto dentro do governo, enquanto a anestesia institucional atrofia as ações de ex-calorosos e honrados militantes negros, que atuavam como verdadeiros baluartes de nossa causa, num passado bem recente.

Vi muitos de vocês batendo palmas e sorrindo para câmeras de TVs quando o governador Wagner, prestava conta a elite baiana, apresentando as milhares de viaturas e motocicletas, além da contratação de milhares de novos polícias militares que serão adestrados para levar pânico às nossas comunidades. Muitos estavam nas inaugurações dos novos presídios e delegacias. Mas já que estão envolvidos irmãos, pressionem, ao menos, para o governador apresentar também os FUIZIS ISRAELENSES adquiridos com nosso dinheiro. Coloca tudo na Avenida Paralela sobre o gramado pra gente ver quando passar de ônibus rumo ao nosso trabalho.

É importante que nossa gente saiba que mais cedo ou mais tarde esses FUZIS adquiridos pelo governo estarão disparando na cabeça e no peito preto de nossos filhos, irmãos e parentes. Entendo a teoria dos que dizem que os FUZIS são apenas pra impressionar e “gerar o fator psicológico favorável”, mas prefiro acreditar no que vejo, e vejo bala e sangue no chão de nossas ruas.

Aqui em Itinga irmãos, um garoto de sete anos foi baleado na semana passada e antes que acusem, vou logo dizendo que ele não tem ligação com tráfico de drogas. A prefeita daqui, que coordena a campanha de Dilma na região Nordeste, tem se mostrado incapaz de viabilizar um espaço de lazer para nossas crianças e adolescentes, mas anunciou a compra de um terreno de 1 milhão e meio de reais pra fazer uma obra em Vilas do Atlântico, a parte nobre da cidade. Os negros e negras daqui também estão anestesiados.

Minha intenção irmãos da diáspora é reafirmar a importância de se ocupar espaços como esses no governo, mas não dá pra abrir mão de dizer que isso precisa valer apena, precisa ter utilidade.


Ricardo Andrade
Posse PCE - Movimento Hip Hop
Articulador da Campanha Reaja
Movimento Negro Unificado

terça-feira, junho 1

Garoto de sete anos é baleado em Itinga


O tiro pegou na barriga do garoto. O mesmo havia saído de casa pra comprar algo na quitanda da esquina no Loteamento Jardim Metrópole em Itinga. Eram por volta de 09:30 da noite de ontem quando o tiroteio aconteceu. Sobre o quadro clínico do garoto sabemos que é estável, ele foi conduzido ao HGE.


Há quinze dias atrás um outro garoto de 15 anos, também morador deste loteamento em Itinga, deu entradano HGE com fortes dores, vindo a falecer. Os médicos diagnosticaram várias escoriações e hematomas no garoto. Segundo a família um princípio de hemorragia interna teria desencadeado tudo isso. Populares afirmam que dois dias antes o garoto de 15 anos havia sido abordado por policiais militares no campo de futebol do Parque Santa Rita e levado socos e pontapés o que pode ter causado a morte do garoto.


Na semana passada uma jovem foi assassinada no Loteamento Jardim Metrópole em Itinga na rua da igreja adventista, testemunhas dizem que dois homens trocaram tiros e ela foi atingida vinda a falecer no local.
Não é muito de nosso perfil esse tipo de matéria, isso abaixa a auto-estima de nossa comunidade, mas não dá pra ficar em silencio vendo o circo pegar fogo. Este loteamento precisa de uma intervenção do poder público, precisa ser olhado com carinho pelas autoridades e quando dizemos isso, não significa mandar a Rondesp e seus similares da morte munidos dos novos fuzis que Wagner comprou.


Este loteamento não tem se quer uma quadra de esporte. Não tem campo de futebol, alaga quando chove, quando não chove falta água todo dia. A polícia quando entra aqui é sempre pra aterrorizar as pessoas e dá aquele famoso tapa na cara dos pais de família e chamando-os de vagabundo. Os programas “de mentira” do Pronasci não chegaram aqui e é até bom que não venha, fique por lá mesmo, chega de lorota por aqui.


O movimento hip hop, a Campanha Reaja e o Movimento Negro Unificado vão acionar a Denfesoria e o Ministério Público no sentido de forçar o governo local a construir uma área de lazer nesta comunidade. Existem terrenos ociosos que servem para diversas práticas ilícitas e que podem ser adquiridos e repassados à comunidade como espaço de entretenimento.

quarta-feira, abril 28

RONDESP ataca mais uma vez




A violência sem duvida tem sido um dos maiores problemas que a Bahia tem enfrentado nos últimos anos, aquilo que nós víamos apenas no noticiário nacional é presença constante em nossas vidas, em nossas casas e em nossas comunidades.

A Bahia vem sendo vítima constante de violência seja por parte de gangues armadas que disputa o poder a base de tiros ou mesmo por partes de maus Policiais que atiram para em seguida perguntar quem é o morto sem nenhum tipo de investigação prévia. Em tempos de Pronasci, além de outros tipos de ações para melhorar a segurança pública no país, consegue-se identificar ações de barbárie que não condizem com o perfil de sociedade organizada que desejamos mostrar para o mundo.


Domingo dia 18 de abril de 2010, na localidade chamada Jardim Tarumã em Itinga - Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS), por volta das 14h30min populares presenciaram uma tentativa de execução contra dois jovens por parte de uma unidade policial denominada RONDESP que tem como meta, extinguir e aniquilar a juventude de periferia. Força essa que tem uma sanha desenfreada e homicida que não hesita nunca antes de atirar, verdadeiros capitães do mato travestidos de policiais, que desonram e humilham a farda que vestem.


Os Policiais da RONDESP, viatura 4.0104 perseguiam dois jovens que tinham entre 18 e 23 anos e estavam em uma moto sem capacete, em seguida, deram o sinal para que os jovens parassem, e ao mesmo tempo não deu a eles, tempo suficiente para que os mesmos cumprissem a ordem, efetuando um disparo a cerca de 3 metros de distância e pelas costas. O projétil perfurou as costas do carona e atingiu também o piloto, que se encontra com a munição alojada, sem poder fazer a remoção sob risco de ter sua coluna afetada.


Ambos caíram alvejados, os policiais pediram aos populares que se encontravam presentes em um bar às 14h30min e outros que estavam na frente de suas casas, saíssem da rua para que eles pudessem segundo moradores, terminar o que haviam começado, não foram atendidos já que as pessoas ali presentes negaram-se a sair pedindo para que os jovens não fossem executados. Os populares pediram para socorrer os garotos e foram obrigados pelos policiais então a carregarem os garotos e colocar no fundo da viatura, em seguida os mesmos disseram aos populares que estavam levando os jovens que se chama Luís Antonio Marcelino Filho e Renivaldo Santos e Santos para o hospital Menandro de Farias na Estrada do Coco onde os jovens permaneciam internados, o segundo foi transferido para o Hospital Geral do Estado em estado gravíssimo até o domingo à noite.


É importante ressaltar que o único crime que supostamente os jovens cometeram foi o de estar sem capacete, ambos não estavam armados e sem duvida alguma e em momento algum tentaram contra a vida desses policiais, embora eles (policias), cruelmente e com o intuito de justificar o seu ato homicida insistissem a todo o momento em afirmar. É importante que ninguém se surpreenda caso, no trajeto para o hospital ou mesmo delegacia uma arma fosse plantada, para prejudicar os garotos e mais uma vez colocar a nossa polícia como defensores da justiça, paladinos da moral e dos bons costumes.


Será que nunca questionam como na Bahia os meliantes estão sempre em troca de tiros constantes com a famigerada RONDESP, que sempre justifica dessa maneira as suas operações sempre, na grande maioria das vezes, com vítimas entre 12 e 29 anos.


O sentimento que fica é de revolta e impotência já que nada se pode fazer contra aqueles que detêm o poder de vida e de morte, carta branca dada pelo Estado sobre populações mais carentes. Quem é pago para nos defender são os mesmos que promovem a bagunça, a violência e o assassinato, ações as quais a sociedade vem tentando sem êxito se livrar.


Tenho um filho de 18 anos e fico imensamente preocupado, já que hoje foi o filho de alguém e amanhã pode ser o de qualquer um, até mesmo o meu. Sem querer generalizar, pois sei que nem só de maus policiais é feita a PM da Bahia, mas sinceramente gostaria de ver algum tipo de providência sendo tomada contra esse tipo de policial que na verdade é um louco, capitão do mato travestido de policial militar, covarde e pior... assassino! Muito mais nocivo do que benéfico a uma sociedade que se esforça para imitar constantemente os países de primeiro mundo e precisa urgentemente mudar suas praticas em relação aos mais carentes.


Não podemos mais conviver numa sociedade que insiste a todo instante que somos cidadãos de 2ª classe, uma elite perversa que faz com que o único órgão do poder que chega até essas comunidades seja justamente o seu braço armado, representado hoje rigorosamente por assassinos treinados e que vestem a farda da policia militar do Estado da Bahia.


“Estamos por nossa própria conta”! Mas com certeza a população de periferias, guetos e favelas não querem continuar assim, já que essas populações pagam impostos tem deveres, mas também com certeza tem direitos que precisam a todo custo se fazerem respeitar.


Sei que a missão desse povo é resistir e assim vai ser até que nos extermine por completo ou passem a nos enxergar como cidadãos de 1ª classe.

“A Ética enviesada da sociedade branca desvia enfrentamento do problema negro” Milton Santos

C. R.
Assessor Parlamentar e estudante de Engenharia da Computação

segunda-feira, abril 5

Lauro de Freitas, aqui a lei não pegou.


A lei 10.639 que institui a história da África nas escolas públicas de todo o Brasil, não está em vigor no município de Lauro de Freitas e o racismo impregnado no governo é a principal causa. O governo de Moema Gramacho sofre de um terrível mal chamado de “a síndrome do primeiro”. O marketing institucional é bem feito. A propaganda do governo ecoa muito bem, mas na prática as coisas não funcionam. Na teoria temos a “melhor prefeita da América Latina”, fomos à primeira cidade a realizar a Conferencia de Igualdade Racial, fomos os primeiros a realizar as audiências do PRONASCI e por aí vai....

Nessa mesma linha, Lauro de Freitas publicou que foi a primeira cidade implantar a lei 10.639 na Bahia. Servimos até de espelho para outros municípios, mas na hora do real, foi o racismo que prevaleceu. O governo alegou não ter dinheiro pra comprar o material didático, necessário para professores trabalhar em sala de aula.

A situação só não é pior graças aos esforços quase que individuais de pessoas que estão verdadeiramente comprometidas com a questão racial e conseguem desenvolver atividades a partir de suas experiências e ferramentas pessoais.

Em entrevista concedida a nossa redação, o superintendente da SUPPIR (Superintendência de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), Ariosvaldo Menezes afirmou não ser possível aplicar a lei sem o material didático. Menezes disse ainda, que a SUPPIR cumpriu seu papel ministrando junto à secretaria de educação o curso para cerca de 200 professores que foram capacitados a aplicar a lei em sala de aula. Ainda segundo Menezes, a SUPPIR cotizou e apresentou à secretaria de educação a coleção: A África está em nós – da Editora Ática.

O secretário de educação Paulo Aquino, nos disse que acatou a proposta da SUPPIR e encaminhou solicitação de compra para a Fazenda, a secretaria do racismo municipal. É nessa secretaria que o racismo está explícito. É sempre lá que as coisas travam. Quem não lembra quando o secretário desta pasta, cujo vulgo não merece ser mencionado, disse que as ações de promoção da igualdade racial são gastos desnecessários para os cofres públicos? Agora ele repete sua faceta dizendo que a compra do material didático não é prioridade no orçamento.

Mas engana-se quem pensa que a responsabilidade pela não aplicação da lei em Lauro de Freitas seja deste secretário. Não me lembro de ter visto o nome desse senhor na urna eletrônica quando depositei meu voto em Moema Gramacho, sendo assim, a responsabilidade pelas ações racistas desse secretário é exclusivamente da gestora municipal, que precisa urgentemente se pronunciar e dá respostas a sociedade laurofreitense.

Estive nas cidades de Maragogipe e Cruz das Almas que se espelharam em nosso “pioneiro exemplo” e constatei que lá o material didático já foi comprado e distribuído nas escolas, e olhe que lá nem teve esse marketing todo, mas funciona de verdade.
Se não bastassem os 500 anos de atrasos a que fomos submetidos, temos ainda que passar pelo constrangimento de ouvir que nossa demanda não é prioridade, e isso, num governo que se julga popular.

Ricardo Andrade
Posse PCE
Movimento Negro Unificado
Campanha Reaja ou Será Mort@

segunda-feira, março 8

Governo petista não segura o bambolê


Sinceramente não sei o que está acontecendo com o governo Petista de Lauro de Freitas. As coisas nessa cidade acontecem como se tivesse sendo governada pela mais autêntica e conservadora direita. Parece até que o espírito de ACM anda rondando os espaços de poder por aqui.


Analisem os fatos.

A imprensa local vem anunciando durante toda a semana que o Grupo Cultural Bambolê, um dos mais ativos e tradicionais da cidade estava prestes a ser despejado, pois a dona do imóvel onde situava a sede da instituição resolveu solicitar o espaço após dez anos.

Pensamos que isso nem ia render, e que as autoridades locais tomariam providencias no sentido de manter o trabalho do grupo Bambolê na ativa. Mas não foi o que aconteceu.

Infelizmente o grupo foi despejado. Tenho certeza que não vai acabar, pois como dizia Guevara: “os poderosos podem matar uma rosa, mas jamais deterão a primavera”. Sei que a cultura prevalecerá e dará a resposta cabível, no momento propício.

Em Itinga, o mesmo governo sugere que a Polícia Militar, monte sua guarnição no espaço Cultural Big Brother, ou seja, fechar outra associação cultural. E olhe que essa polícia adora matar. Vejam os exemplos de Cana Brava, bate Facho, Vitória de Conquista e Pero Vaz.

Sabemos que dá tiro na cabeça é mais barato e resolve de forma imediata “os jovens problemas”, sei também que custear uma urna funerária é mais barato que manter um trabalho cultural na comunidade. Mas não foi assim que vocês aprenderam. Lmbrem-se que participamos das aulas também.

Já pensou se Dilma, a candidata a presidente do PT segue essa lógica do governo de Lauro de Freitas? Aí a casa cai.

O curioso é que há um silencio por parte das autoridades. E os políticos dessa cidade, onde estão? Não são vocês que nas manifestações públicas ligam pra Artêmio solicitando a presença dos artistas pra abrilhantar seus eventos? A Câmara de Vereadores não se posicionará? Alguém aí fala português? Alguém nessa casa está no planeta Terra?

Me dá licença, deixa eu rodar meu bambolê.

sexta-feira, março 5

Outro jovem negro é assassinado em Itinga


Se eu não tiver me perdido na conta esse foi o 25º jovem assassinado em Lauro de Freitas desde o início do ano. O jovem que preferimos não revelar o nome, para segurança da família, foi assassinado na manhã de quinta feira em frente a Cesta do Povo em Itinga.

Segundo informações de testemunhas, o jovem foi cercado por viaturas da polícia e logo depois atingido por vários tíros, ficando o corpo caído no próprio local.

O número tende a crescer, pois a política de segurança do governo Wagner aponta pra isso. O mais curioso disso tudo é ver a hipócrita esquerda assistir tudo de camarote. Não vejo em nenhuma instancia aqueles calorosos militantes protestando ou esperniando como faziam no governo de ACM.

O governo Wagner parece que está querendo alcançar ou superar as mortes e sequsetros do regime militar. A política é igulazinha e se reflete com exatidão nos municípios chefiados pelos seus correligionários.

Diante disso, mais do que nunca, fica evidenciado que nós jovens, homens e mulheres negros(as) estamos por nossa própia conta. Precisamos urgentemente elaborar uma tática de defesa coletiva em nossas comunidades para nos defendermos e proteger nossas famílias desses agentes da morte liderados pelo governador do estado.

segunda-feira, março 1

Mais um jovem morto em Itinga


Confesso que perdi a conta. Desde o início do ano vinhamos acompanhando o número de homicídios em Lauro de Freitas. Até a data de ontem estávamos no número 22, mas outras fontes já apontam números diferentes.

Nesta segunda feira às 22 horas, um jovem de aproximadamente 18 anos foi morto em Itinga, na ladeira do Fazendão. Três homens encapuzados deflagraram sete tíros na cabeça da vítima conhecida como Gaspar.

Gaspar trabalhava num lava jato próximo ao local do crime. Testemunhas dizem que outros jovens que estavam junto a Gaspar num barzinho, também seriam vitimadas, mas um dos assassinos gritou "é só ele".

Gaspar foi levados para o Hospital Jorge Novis, mas não resistiu. Esta na pedra onde ficam os mortos neste hospital.

terça-feira, fevereiro 23

Revide, Confronto e Racismo: Mantém-se a política de Segurança Pública na Bahia.


A morte de quatorze jovens em Vitória da Conquista/Bahia e o desaparecimento de mais de cinco outros, segundo informações de integrantes e amigos de moradores da comunidade pobre e negra daquela cidade, não é um fato isolado. Faz parte de uma engrenagem maior que nós da Campanha Reaja vimos denunciando há cinco anos. Para além da conjuntura política e do governo que ocupe o gabinete do Palácio de Ondina, independente do ano eleitoral e de arranjos político-partidários.

Liguemos os fatos! Eles que determinam o atual massacre operado por policiais militares a tantos outros anteriormente denunciados e sem qualquer reposta das autoridades locais.

A impressão que temos nestes últimos três anos é que a polícia baiana está blindada por uma licença generalizada de matar negras e negros, sem qualquer controle.

Se não vejamos.

No dia 01 de março de 2007, três homens, a bordo de um carro preto, integrantes de um grupo de extermínio formado por policiais, assassinou com 09 tiros o jovem Clodoaldo Souza de 22 anos de idade, o “Negro Blul”.


Membros do Governo, Ministério Público, Defensoria Pública e Secretaria de Segurança Pública receberam as denúncias do caso e, até hoje, nenhuma resposta. Silêncio.
No mesmo ano, uma guarnição policial atirou contra o jovem aspirante da Marinha Edivandro Pereira, matando-o. A líder do MSTB, Aurina Rodrigues Santana , foi barbaramente assassinada junto ao marido e ao filho, Paulo Rodrigo Rodrigues e Robson da Silva Rodrigues por policiais que revidaram à sua atitude de denúncia frente aos constantes abusos e brutalidades à sua comunidade, em 14 de agosto de 2007 .


Nove jovens foram abatidos pelas costas, alguns dormindo e todos já rendidos por duas guarnições da RONDESP na comunidade de Fazenda Coutos. Eles tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Justificativa padrão em todos os casos Mais de 2.400 pessoas foram mortas só em Salvador e região metropolitana.


60% vítimas de confronto com agentes policiais.... No que se institucionalizou o auto de resistência ou resistência seguida de morte, onde milhares de jovens negros tombaram ou desapareceram.


A morte destes jovens em 2008 inaugura a era Cezar Nunes, com sua política de seqüestro, de tortura e execução sumária.... do terror policial via estações de TV. Através da Criminalização e isolamento, organizações de do Movimento Social não cooptadas por recursos do governo para pesquisas e Seminários, Relatórios e encontros chapa branca como a Conseg – Conferência de Segurança Pública.


RONDESP, CAATINGA, COE ou quaisquer outras guarnições policiais são temidas nas comunidades negras na Bahia. Violam direitos civis, torturam, matam sem qualquer controle. Está instalado o Estado de Exceção. Com o mesmo método que arrasou dezenas de vidas e famílias em Vitória da Conquista.

Em 2009, depois da morte de um policial na comunidade de Cana Brava, mais de duzentos policiais, sob ordens expressas do Secretário de Segurança Pública Cezar Nunes, invadem a casa de cinco jovens. Retiraram-lhes dos braços de suas mães e os executaram com requintes de crueldade. Posteriormente tais atos foram celebrados por policiais e governo. Laudos periciais foram fabricados para justificar o injustificável.

Iniciando 2010, o Ministério Público e o Governo assinam, enfim, a crueldade dos métodos da polícia em sua segurança racista e fascista.
Estamos atentos para não serem desviados os reais motivos desta matança. Tememos pela vida de mães e testemunhas. Estamos operando sem vapor ou alarde. Apelamos para nossos aliados em níveis nacionais e internacionais para que exijam junto a nós:

Exumação dos corpos dos jovens de Cana Brava e uma nova perícia;

Reabertura do caso Aurina Rodrigues , líder do MSTB;

Justiça frente ao massacre de Vitória da Conquista ;

Apelamos para que o Governador Jaques Wagner demita o atual Secretário de Segurança, toda sua cúpula que serviu por anos aos Carlistas e todos seus Capangas e chame uma conversa aberta com a sociedade. Isto, se quiser guiar-se por uma lógica de Segurança Publica responsável realmente democrática baseada em Direitos Humanos e não Racista;
Imediata demissão do Secretário de Segurança Pública e da Cúpula da Polícia Militar
Reaja

sábado, fevereiro 13

Cultura Agonizante


Não tem graça, o espetáculo da morte em cartaz na 4ª cidade mais violenta do país. É aqui, nas terras de Ipitanga, Lauro de Freitas, que se assiste o infeliz acréscimo do número de homicídios que ceifam principalmente a vida de jovens negros.



O consumo de drogas e entorpecentes em alta, não encontra resistência para agregar novos figurantes, pois a cultura local, uma das principais bases do desenvolvimento social e sustentável deste município está agonizando.



É neste cenário vermelho que vemos o investimento em repressão policial superar o orçamento da cultura. O que se gasta no helicóptero da polícia, que leva pânico e aterroriza as comunidades pobres, daria pra produzir grandes festivais de cultura em toda cidade.



Os recursos do PRONASCI que já serviu para comprar viaturas e equipar a guarda municipal parecem desconhecer o potencial cultural que essa cidade guarda em suas entranhas. Nossa cultura agoniza, está à beira da morte. O pó, que deveria ser usado nos camarins para enfeitar a face dos artistas, adentra as narinas da juventude no inspirar da morte. O pano branco que deveria servir como cortina que se abre para o grande espetáculo da vida, cobre os corpos ensangüentados, furados de bala, jogados no chão de Santo Amaro.



A música, só é ouvida nas missas e cultos religiosos. O microfone que só se ver nas mãos das Margaretes, Danielas e Alciones não chega aos anônimos artistas locais que o substituem por PTs automáticas e trinta e oito.



A cidade cresce pro céu dando espaço a famigerada guerra pelo voto da “Minha Casa, minha Dilma”. As construções podem ser vistas por todos os cantos. Um oceano de concreto e ferro domina a paisagem, enquanto do teto do teatro, localizado na Praça Matriz, vemos os pingos da chuva, que caem como lágrimas chorando a dor da morte.



Vemos o corpo de quem dança se contorcer nas filas de emprego, pois não há orçamento para manter o artista de arte. Vemos a tinta do lápis de olho ser substituída pelo rejunte que tirou a visão do B Boy Valney há duas semanas. Vemos ainda o artista ser substituindo em sala de aula pelo PM bem intencionado. Coisas do PRONASCI que até hoje não apresentou a sociedade a prestação de contas. Onde foi usado esse recurso, afinal de contas?



Nesta cidade se assiste de camarote uma atividade cultural ser cancela por técnicos do governo, porque a ouvidoria municipal comandada por um pastor evangélico, entendeu que atividade cultural atrapalhava o culto dominical.



Essa é a cidade que brinca de cultura. Os personagens culturais são fictícios, as estruturas são cenários removíveis feito de sobra de material. As produções e ações culturais são meras encenações e os recursos são elementos de um show de ilusionismo.



Até as ações políticas tem ares circenses. Imaginem senhoras e senhores que o conselho de cultura é presidido, depois de um golpe institucional, pelo artista-coronel mór.



Em fim, eu, mero espectador escrevo do computador de uma associação cultural, mas fico por aqui, pois a luz está cortada e o “gato de energia” que vem da vizinha já vai ser desligado.



Ricardo Andrade
Produtor cultural

terça-feira, janeiro 19

O Levante Malê


A chamada Revolta dos Malês (também conhecida como revolta dos escravos de Alá) registrou-se de 25 a 27 de Janeiro de 1835 na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia, no Brasil.

Consistiu numa sublevação de caráter racial, de escravos africanos das etnias hauçá e nagô, de religião islâmica, organizados em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos. O termo "malê" deriva do iorubá "imale", designando o muçulmano.
Foi rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos.

O plano de ação dos malês


Planejada por elementos que possuíam experiência anterior de combate, na África, de maneira geral, os malês propunham o fim do catolicismo - religião que lhes era imposta -, o assassinato e confisco dos bens de todos os brancos e mulatos e a implantação de uma monarquia islâmica, com a escravidão dos não muçulmanos (brancos, mulatos e negros). De acordo com o plano de ataque, assinado por um escravo de nome Mala Abubaker, os revoltosos sairiam da Vitória (atual bairro da Barra, em Salvador) "tomando a terra e matando toda a gente branca". De lá rumariam para a Água de Meninos e, depois, para Itapagipe, onde se reuniriam ao restante das forças. O passo seguinte seria a invasão dos engenhos do Recôncavo e a libertação dos escravos.

A repressão pelas autoridades e o fim da revolta

Ao mesmo tempo, as autoridades também se organizaram com rapidez, conseguindo repelir os ataques aos quartéis de Salvador, colocando em fuga os revoltosos. Ao procurar sair da cidade, um grupo de mais de quinhentos revoltosos, entre escravos e libertos, foi barrado na vizinhança do Quartel de Cavalaria em Água de Meninos, onde se deram os combates decisivos, vencidos pelas forças oficiais, mais numerosas e bem armadas.

No confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e setenta do lado dos revoltosos. Duzentos e oitenta e um, entre escravos e libertos, foram detidos no Forte do Mar e levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte para quatro dos principais líderes, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites.
Entre os pertences dos líderes foram encontrados livros em árabe e orações muçulmanas.

À época, os africanos foram proibidos de circular à noite pelas ruas da capital e de praticar as suas cerimônias religiosas típicas.
Apesar de rapidamente controlada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período Regencial e se estendeu pelo Governo pessoal de D. Pedro II.