segunda-feira, março 12

Clima tenso na delegacia de Itinga


O clima ficou bastante tenso na 27ª CP localizada no bairro de itinga pós frustada tentativa de fuga.

Segundo informações da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de vereadores de Lauro de Freitas, a tentativa de fulga foi anulada, mas os castigos aos presos permanecem. Familiares denunciam maus tratos e espancamentos por parte de agentes polícias.

Um representante da Secretraia Nacional de Direitos Humanos visitará a delegacia nesta terça feira  acompanhado de autoridades e do movimento negro local.

Ricardo Andrade
Editor

domingo, março 11

Perseguição em Itinga termina em morte

A Polícia perseguiu na manhã desse domingo dois jovens numa moto no bairro de Itinga. Um dos jovens, o carona, de mome ROMERO, foi morto a tiros.

Segundo depoimentos dos moradores, o jovem morto era músico e estava indo ao Largo do Caranguejo comprar bebida para comemorar seu aniversário.

Um amigo de moto ofereceu carona e ao ser abordado pela polícia não parou, por não estarem de capacete e da irregularidade dos documentos do veículo.

A persegução se deu ainda no bairro de Itinga, loteamento Santa Bárbara onde morava a vitima. No viadulto do aeroporto, o condutor perdeu o controle e caiu na pista de baixo, tendo uma costela e perna quebrada. Romero ja havia sido baleado nesse momento.

* Os jovens não tinham ligação com o trafico.

Ricardo Andrade
Editro

terça-feira, março 6

Jovem é assassinado no Chafariz

Um jovem de 21 anos foi assassinado ontem na localidade do Chafariz, Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, por volta das 19:00 horas. Segundo depoimentos de moradores, Fábio, como era conhecido, cantava RAP e frequentava a igreja.

De um tempo pra cá entrou "no mundão" e ontem teve sua vida ceifada a tiros.

Comentario

Esse tipo de acontecimento reforça a necessidade de distribuir cultura em nossas comunidades. Fabio, cantava rap, e se uma estrutura de produção cultural tivesse disponibilizada naquela comunidade, com certeza ele não teria sido seduzido pelo crime.

Ricardo Andrade
Articulador
Mov. Hip Hop

segunda-feira, março 5

Cultura x Violencia


Em Lauro de Freitas urge a necessidade de um diálogo mais intenso entre a juventude negra e a Administração Pública local. A violência, somada ao aumento do consumo de drogas e outros entorpecentes tem sido um desafio cotidiano para organizações sociais e o governo.

A Posse de Conscientização e Expressão (PCE) Movimento Hip Hop, Campanha Reaja, Quilombo Xis e o CEN (Coletivo de Entidades Negras), terão no mês de março uma audiência com a prefeita Moema Gramacho, para apontar possíveis estratégias de combate à violência nas áreas de grande incidência.

Para a juventude negra de Lauro de Freitas a ferramenta social mais eficaz contra as drogas e todas as outras formas de violência é a cultura. 'A cultura é libertária e transformadora'.

Quando falamos de cultura hip hop mergulhamos ainda mais profundamente nesse universo de jovens em situação de risco, jovens estes que são “alvo” prioritário dos programas institucionais de combate à violência, como por exemplo o Programa Pacto pela Vida, do Governo Estadual.

Pacto Pela Vida

Nossos questionamentos à cerca do Pacto pela Vida são sim, dignos de análise e debates. E porque não?

Quando vejo a propaganda institucional apresentar artistas na condição de viciados pelos seus talentos, reporto-me, imediatamente, à realidade de nossas periferias.

Para um viciado em crack, fica fácil alimentar seu vicio, já que a droga pode ser encontrada em qualquer esquina do seu bairro ao valor de R5,00 (cinco reais).

No contra ponto, é extremamente difícil manter o vício em música e esporte tendo em vista que as ferramentas que viabilizam a produção dessas atividades não são tão populares e acessíveis como o crack.

Assim sendo, o que nós propomos é apresentar um programa que tenha, em seu eixo central, a disponibilização dessas tecnologias sociais nos locais de maior índice de vulnerabilidade juvenil.

Temos a inserção, vivemos no cotidiano e na condição de igual, temos crédito em nossa comunidade e, portanto, estamos aptos e legitimados a atuar.

Em 2011 durante visita da ONU a Lauro de Freitas, apontamos a necessidade de potencializar as periferias a partir da cultura e suas diversidades.

Ricardo Andrade
Editor

Lauro de Freitas pode ser uma referencia pro Brasil


Nas minhas andanças pelo Brasil, observo e vejo o quanto é sólido o projeto político da juventude negra de Lauro de Freitas. Os dez anos de organização social da Posse PCE dão a esse grupo uma propriedade e acúmulo político, capazes de proporcionar esse tão esperado momento de se fazer representar politicamente.

Lauro de Freitas pode ser um exemplo para a juventude do país. Sou testemunha do quanto esta juventude tem potencial cultural e político. Potencial esse que, inclusive, ajudou na eleição da prefeita Moema em 2004. O Hip Hop foi a primeira organização cultural a aderir ao projeto político do PT na cidade.

A quantidade de grupos que se organizam nas comunidades é enorme, e comprova a capacidade de expansão da PCE que pode chegar, sim, ao parlamento municipal.

A PCE participou ativamente na elaboração e formulação de propostas de políticas públicas no estado da Bahia, mostrando uma extraordinária capacidade critica e de construção.

Um fato que também caracteriza a PCE é a abertura que essa organização tem, para se relacionar com outros movimentos sociais/culturais, outros ritmos e expressões.

Hamilton Oliveira
Dj Branco
Comunicador Social
Coordenador CMA Hip Hop



Segurança pública

Itinga é hoje o maior núcleo urbano populacional do município de Lauro de Freitas, consequentemente demandaria atenções especiais dos poderes públicos. Entretanto e sobretudo, nos últimos anos, assim como em Salvador e Região Metropolitana, a única representação que mais tem atuado no referido bairro é o aparelho repressor do Estado. Este que, por sua vez, desprovido de uma formação pautada na questão racial como algo preponderante aos direitos humanos “ao vestir a farda, o policial negro se identifica com o poder” ou seja, sai da condição de oprimido e se transforma em opressor.

Espetáculos de barbárie tem levado o terror pra dentro dessa comunidade por meio de atos truculentos que se sucedem diuturnamente em suas mais variadas formas, seja por meio de violência: simbólica, física ou psicológica. Essas ações tem gerado todo um mal estar para o população que já não sabe mais em quem confiar.

O fato é que sob o pretexto de estar combatendo o tráfico de drogas e a violência, vários jovens dessa comunidade já tiveram os seus projetos de vidas interrompidos por esse tipo de incursões e morreram, vítimas do assédio das forças de segurança e de Justiça. E é muito importante dizer, ainda, que a truculência da polícia não tem conseguido reduzir a violência no bairro, ao contrário. Estatísticas apontam para um crescimento no número de homicídios em toda a cidade. Sobretudo nos fins de semana.

A ênfase na repressão é sem duvida uma visão conservadora da Segurança Publica, apoiada sobretudo pelas corporações policiais, que insistem em defender mais policiamento, mais armamento, rigor e repressão, enquanto que em contrapartida a isso, a sociedade civil organizada, membros das religiões de matriz africana, o movimento negro, intelectuais e simpatizantes da causa como um todo, acreditam em medidas voltadas para problemas sociais tais como: capacitação profissional, geração de emprego e, sobretudo, mais educação, cultura e esporte.

O momento é de mantermo-nos mobilizados, para defendermos o interesse coletivo no sentido de nos colocarmos frente aos atos arbitrários de RACISMO que vem ceifando vidas, de modo particular dos “nossos jovens” que, em como todo o Brasil, tem quase sempre as mesmas características: são Pobres, Negros e moradores da Periferia.

Nosso papel é recomendar e monitorar as políticas públicas de enfrentamento ao racismo, que são empreendidas pelo Opressor. REAJA!

Por:Tom França
Historiador 
Membro da P.C.E
Instituto Búzios.










Para além de UPPs, propomos UCps

Mara Azantewa - Rapper / Vivian A Olhasse - Produtora Cultural / Simone Gonçalves - Dançarina / Nany Nascimento - Poetiza / Rebeca Tárique - Cantora / Viviane Akuabá - Rapper / Leidiane Alves - Comunicadora / Rafael e Negro Ney - B Boy / Bamzay e Ju Cobra - Rappers / Yogi Nkrumah - Rapper / Kiko - Dj / Zidane - MC / Duendi 1º- Rapper / Jeferson Patrik - Grafiteiro / Rilk e Junior - Rapers / Chiclete - Dançarino / Marquinhos - Dançarino / Ananias - B Boy / Renato Lima - Ator / Rodrigo Tavares - Músico / Alex Andrade - Família Mazzoni

...de unidade de polícia pacificadora para unidades de cultura da periferia.

Parece que vivemos numa guerra em nossas comunidades. Toda semana temos a informação que um morreu, outro tomou tiro ou que teve chacina na rua do lado. Esse clima de guerra e insegurança nos obriga a manter a estratégia da unidade.

Nos agentes culturais de nossas comunidades, precisamos entender que, nesse momento, não existe cultura melhor ou mais importante que outra. Todas as tribos, ritmologias e expressões culturais, são aliadas dessa luta contra o tráfico e a violência.

Imagine uma guerra no meio do deserto, sol escaldante e alguém traz água. Quem vai perguntar se a água é da marca Indaiá ou Cristal? Nesse momento isso é o que menos importa.

É assim, também, em nosso cotidiano. Quando os homens encapuzados e fortemente armados entram em nossas comunidades, para matar, eles não selecionam quem curte pagode, hip hop, rock, capoeira, etc...

Somos todos jovens negros e as nossas particularidades culturais não podem ser um impedimento à nossa organização social.

Por isso vamos juntar nossos talentos em prol da vida. Vamos propor ao governo uma modelo de segurança pautado na preservação da vida. Um modelo onde o recurso público seja utilizado na compra de tecnologias que viabilizem a produção cultural.

Um modelo onde o valor gasto na compra de um fuzil pra PM seja revertido na compra de spray para os grafiteiros, pick´ups para os Djs, som para so ensaios dos pagodes, maquiagem paro o ator e instrumentos para os músicos.

Vamos propor um modelo de cultura onde, um cachê de 100 mil para um artista renomado, possa ser canalizado em forma de 100 reais para 100 artistas locais, para que a cultura se difunda e ganhe força nas regiões onde a violência é constante. Vamos propor a troca de polícia armada com revólver, para agentes culturais munidos de violão e guitarra. Vamos trocar as UPPs por UCPs.
 
Por: Ricardo Andrade
Editor