O anúncio da morte de dois jovens negros, Tiago Santos e André Cardoso, militantes do Movimento Hip Hip de Salvador, articuladores comunitários moradores do Alto do Coqueirinho em Itapoã, por uma guarnição da policia militar do Estado da Bahia que fazia suas sistemáticas blitz fatais confirmou o que dizemos em nossa luta cotidiana contra a política de genocídio e racismo que opera nesse Estado. Independente da coloração ideológica de quem ocupa o Palácio de Ondina trocamos seis por meia dúzia e ainda contamos cadáveres. Não tem nada de profético nas coisas que falamos em nossas análises que registram os fatos dessa época tumultuada pelo racismo e pelo genocídio dos negros e negras.
Uma semana antes das eleições, um grupo de entidades pomposamente auto-proclamada Movimento Negro fez uma passeata de apoio ao governo: puro vapor! O governo não disse uma linha sobre agenda racial nas eleições e eles marcham para ser notados pela casa grande, uma mentalidade adesista que encontra oposição em nível nacional ainda que esses setores declarem com certo nível de esquizofrenia que falam pelos negros do Brasil. NÃO EM NOSSO NOME !!! É o que exigimos. Falem por si , nos deixem em paz em nossa guerra.Somados aos nomes de Tiago Santos e André Cardoso mortos covardemente por policiais militares do governo do Estado da Bahia acrescentamos os nomes daqueles que nãopodem ser esquecidos nessas manifestações.
Clodoaldo Souza , 22 anos, morto por um grupo paramilitar, 09 tiros. Ricardo Matos , artista circense morto por uma guarnição da policia militar no bairro Boca do Rio. Dejair , morto por uma guarnição da policia militar na comunidade conhecida como Pela Porco. Lucas, Rodrigo, Diego,Marcelo, Luiza, Marcus, Antonio...pode ser qualquer um, pois nenhum negro está a salvo. Por fim Evangivaldo Santos (irmão de Xarope) morto por uma guarnição da Rondesp, 9 tiros pelas costas. Cezar Nunes, Secretário de Segurança tinha assumido naquela semana e afirmou que Evangivaldo resistiu, abrindo com o sangue desse jovem as Operações Saneamento I e II, que seguem executando jovens negros numa ação digna das doutrinas eugênicas de Nina Rodrigues e Lombroso.
Diante de todas as mortes nós da Campanha Reaja nos posicionamos e continuamos a cobrar apuração e punição dos culpados.
Por isso exigimos:
· O Fim da Policia Militar num Estado Democrático de Direito(Agenda Nacional que exigiremos de nossos aliados na Câmara dos Deputados , junto com as organizações aliadas );
· Imediata demissão do Secretário de Segurança Pública Cezar Nunes e dos Oficiais do Comando da Policia Militar, responsáveis diretos pela ação de seus subalternos, como demonstração do Governador de que ele quer mudar sua política racista e genocida de segurança pública;
· Imediata mudança da política carcerária do Estado garantindo o princípio da legalidade e da dignidade dos prisioneiros e prisioneiras, que a cda dia tem sido violada;
· Imediato fechamento da Colônia Penal de Simões Filho que viola o princípio da prevenção com seus gazes que podem vazar e seu esgoto que transborda para uma comunidade quilombola
Nós, da Campanha Reaja, nos posicionamos frente a possível retomada dos setores medievais teocráticos e racistas que esperam retornar ao comando do governo brasileiro, mas não aderimos sem críticas a setores que não reconhecem a agenda da população negra como estratégica. Nós, da Campanha Reaja, apoiaremos e participaremos de toda ação que busque dar visibilidade a situação de violência a que estamos submetidos e mudar a lógica em curso sem nos dobramos ao pragmatismo eleitoral que silencia vozes importantes de nossa história política.
Salvador, Bahia, Brasil
Outubro de 2010
Uma semana antes das eleições, um grupo de entidades pomposamente auto-proclamada Movimento Negro fez uma passeata de apoio ao governo: puro vapor! O governo não disse uma linha sobre agenda racial nas eleições e eles marcham para ser notados pela casa grande, uma mentalidade adesista que encontra oposição em nível nacional ainda que esses setores declarem com certo nível de esquizofrenia que falam pelos negros do Brasil. NÃO EM NOSSO NOME !!! É o que exigimos. Falem por si , nos deixem em paz em nossa guerra.Somados aos nomes de Tiago Santos e André Cardoso mortos covardemente por policiais militares do governo do Estado da Bahia acrescentamos os nomes daqueles que nãopodem ser esquecidos nessas manifestações.
Clodoaldo Souza , 22 anos, morto por um grupo paramilitar, 09 tiros. Ricardo Matos , artista circense morto por uma guarnição da policia militar no bairro Boca do Rio. Dejair , morto por uma guarnição da policia militar na comunidade conhecida como Pela Porco. Lucas, Rodrigo, Diego,Marcelo, Luiza, Marcus, Antonio...pode ser qualquer um, pois nenhum negro está a salvo. Por fim Evangivaldo Santos (irmão de Xarope) morto por uma guarnição da Rondesp, 9 tiros pelas costas. Cezar Nunes, Secretário de Segurança tinha assumido naquela semana e afirmou que Evangivaldo resistiu, abrindo com o sangue desse jovem as Operações Saneamento I e II, que seguem executando jovens negros numa ação digna das doutrinas eugênicas de Nina Rodrigues e Lombroso.
Diante de todas as mortes nós da Campanha Reaja nos posicionamos e continuamos a cobrar apuração e punição dos culpados.
Por isso exigimos:
· O Fim da Policia Militar num Estado Democrático de Direito(Agenda Nacional que exigiremos de nossos aliados na Câmara dos Deputados , junto com as organizações aliadas );
· Imediata demissão do Secretário de Segurança Pública Cezar Nunes e dos Oficiais do Comando da Policia Militar, responsáveis diretos pela ação de seus subalternos, como demonstração do Governador de que ele quer mudar sua política racista e genocida de segurança pública;
· Imediata mudança da política carcerária do Estado garantindo o princípio da legalidade e da dignidade dos prisioneiros e prisioneiras, que a cda dia tem sido violada;
· Imediato fechamento da Colônia Penal de Simões Filho que viola o princípio da prevenção com seus gazes que podem vazar e seu esgoto que transborda para uma comunidade quilombola
Nós, da Campanha Reaja, nos posicionamos frente a possível retomada dos setores medievais teocráticos e racistas que esperam retornar ao comando do governo brasileiro, mas não aderimos sem críticas a setores que não reconhecem a agenda da população negra como estratégica. Nós, da Campanha Reaja, apoiaremos e participaremos de toda ação que busque dar visibilidade a situação de violência a que estamos submetidos e mudar a lógica em curso sem nos dobramos ao pragmatismo eleitoral que silencia vozes importantes de nossa história política.
Salvador, Bahia, Brasil
Outubro de 2010