domingo, julho 10

Juventude universalizada; não recortada

Posicionamento da Posse de Conscientização e Expressão
 a respeito do conselho municipal de Juventude
e das políticas públicas para juventude


Lauro de Freitas, uma das cidades mais importantes da Bahia, com arrecadação média de mais de 30 milhões de reais por mês, vive as contrariedades de uma grande metrópole. A violência cresce no mesmo ritmo em que os empreendimentos imobiliários arranham o céu, aterraram lagoas e desmatam o resta da mata atlântica na cidade.

A desigualdade social alicerçada no racismo institucional talvez seja o quadro mais impactante amostra nessas terras de Ipitanga. A violência urbana, que todos os anos ceifa a vida de centenas de jovens negros é o maior desafio a ser enfrentado por esse conselho que tenta existir.
Nesse sentido A Posse de Conscientização e Expressão PCE – Hip Hop, organização cultural negra, traz essa análise da atual conjuntura, ao mesmo tempo em que declara sua posição a respeito das políticas públicas para juventude.
1-      A juventude não pode ser tratada como um recorte nas ações do governo. A juventude é universal, não pode ser delimitada por uma faixa etária de idade ou agrupamentos particionados. “Um jovem jamais gozará de sua juventude se no posto de saúde não tiver o remédio que controla a pressão arterial de seus avós”.

2-      A juventude estará ameaçada se o poder público não construir urgentemente um centro de recuperação para os dependentes de drogas, e não estamos falando de CAPs, o que necessitamos, precisa ser muito mais eficaz e verdadeiro.

3-      É necessário questionar duramente a equivocada a politica municipal que investi a contrapartida das empresas na construção de delegacias e estruturação da polícia, enquanto os espaços culturais, de lazer e entretenimento são inexistentes ou estão sucateados.

4-       A juventude laurofreitense precisa travar uma verdadeira batalha contra a instalação das UPPs em nossa cidade. Essas estruturas nada mais são do que uma ferramenta do racismo em nossas comunidades. Se polícia, arma de fogo e munição funcionassem o Haiti, Iraque e Afeganistão já estariam pacificados.

5-      Temos que atuar contra a pacificação dos movimentos sociais.

6-      Precisamos voltar nossos olhos para a situação dos jovens nas delegacias e no complexo penitenciário existente em nossa cidade, onde a violação dos direitos humanos é gritante ao ponto de sermos manchetes na impressa internacional.

7-      Precisaremos travar internamente um caloroso debate sobre a disseminação do ódio religioso pregado por pastores e lideres religiosos que não se cansam em apontar o diferente como elemento do mau.

8-      Precisaremos nos empenhar no debate sobre a homo afetividade, levando a discussão do tema para dentro dos espaços que atuamos, inclusive nossa casa.


9-      No entanto antes disso tudo, é necessário denunciar a ação dos grupos de extermínio e o genocídio de nossos jovens, pois nenhuma das políticas acima citada fará sentido se não houver a vida pra desfrutá-las.

Posse de Conscientização e Expressão
Movimento Hip Hop
Lauro de Freitas – BA

Um comentário:

  1. Com certeza estes itens demonstra a consequencia de anos de luta dos movimentos sociais infelizmente o governo atual não mudou a concepção de intervenção do poder executivo mas temos observado a consolidação dos espaços para o movimento social

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