domingo, fevereiro 8

Um futuro de incertezas


um exército de guris podem ser
absorvidos pela violência se 
as autoridades não atentarem
para o problema que é real 
e pode custar muito caro.



A segurança pública é uma das principais pautas na agenda política do país. Estados e municípios vivem profundas crises de violência numa escala crescente que desafia autoridades e aterroriza a população. Vivemos no Estado uma verdadeira guerra civil, que não tem dia nem hora pra acabar. Se debruçar sobre essa pauta e desenvolver políticas que combatam a violência e ao mesmo tempo preserve a vida é um “contraditório” que poucos têm condições de fazer.

O debate sobre segurança normalmente é feito de forma recortada. Na percepção de alguns, o pragmatismo da política ostensiva se revela aos olhos como uma ação de resultados concretos, isso em detrimento de outro conjunto de políticas que precisam caminhar paralelas para que um resultado eficaz seja alcançado.

Investir maciçamente na repressão é o mesmo que enxugar gelo, há debates muito mais profundos e que requerem mais atenção por parte de gestores e autoridades políticas. Existe um ponto cego na discussão da política que muita gente insiste em não debater, contudo ele é crucial para resolução do problema. 

Hoje, debater violência e não levar em consideração siglas e expressões como “êa”, “é nois”, “escorpião”, “caveira” e outras associações que são veneradas por uma massa juvenil nas periferias de nossa cidade, é discutir no vazio. A violência desemboca na política de segurança, mas nasce na ausência de várias outras políticas que deveriam está presentes no cotidiano da população.

Equipar a polícia e ampliar seu potencial bélico traz sim, uma falsa sensação de segurança, principalmente para a parcela mais abastarda da sociedade que adora ver policial armado em suas ruas, mas o que na verdade ocorre, é o aprofundamento de uma crise sem precedentes. 

Nesse exato momento em nossas periferias, um exército de guris, que amanhã terão 17 anos de idade, estão no ócio, a disposição de uma política de inclusão e desenvolvimento social e humano, ou prontos pra serem seduzidos pelo crime e pela violência. 

Levando em consideração a política de custo e benefício, entendemos perfeitamente que o financiamento de urnas funerárias é mais barato que elevar um jovem a condição de cidadão. Mas a vida tem um ciclo, um ciclo que não pode ser interrompido. Um dia todo guri se torna adulto.

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